NOVEMBRO 2011
RUBéOLA
Dr. Miguel Ribeiro - Farmacêutico
miguel.ribeiro@farmaciadocanico.pt

A Rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus de RNA de cadeia simples do género Rubivirus. É transmitida por via respiratória, pela tosse e espirros, e por via sanguínea, da grávida para o feto. É considerada uma doença da infância porque a maior parte das pessoas contrai a doença nessa faixa etária. Geralmente o quadro é benigno (pode até ser assintomático) com aparecimento de febre, rash (exantemas ou manchas vermelhas na pele) que dura aproximadamente três dias, aumento dos gânglios linfáticos, dor e inflamação nas articulações, mas pode ter complicações graves no caso de mulheres grávidas contraírem a doença no primeiro trimestre da gravidez, podendo provocar o aborto ou malformações graves no feto.

Como regra geral, a imunidade é permanente, ou seja, um indivíduo apenas é contagiado pela Rubéola uma vez na vida, uma vez que aquando da primeira infecção cria anticorpos que o protegem para sempre de nova infecção, tornando-o imune à doença.

Epidemiologia

A Rubéola tem distribuição universal e variação sazonal, com predomínio de casos na Primavera, nos países de clima temperado. Ainda é uma doença comum na maioria dos países em desenvolvimento, observando-se surtos a cada 3-5 anos. A Rubéola é uma das cinco doenças infantis que provocam rash cutâneo (as outras são o Sarampo, a Varicela, a Parotidite – vulgarmente chamada de “Papeira” – e a Escarlatina). Desde o início da vacinação mundial, a incidência da Rubéola tem vindo a cair drasticamente. Em muitos países, principalmente os industrializados, a doença considera-se erradicada. No entanto, enquanto existirem países sem campanhas de vacinação existe sempre a possibilidade do vírus ser reintroduzido em países que já o haviam erradicado.

Transmissão

A transmissão faz-se através da inalação de secreções respiratórias (gotículas de saliva, espirros e tosse) de pessoas contaminadas pelo vírus ou via sanguínea, no caso de transmissão entre a grávida e o feto. O período de transmissão ocorre desde 10 dias antes do rash cutâneo até 15 dias após o seu surgimento. O risco de transmissão da Rubéola é maior durante o período de rash cutâneo. Crianças que nascem com Rubéola (Rubéola congétita), contaminados pela mãe grávida, podem permanecer fonte de contágio por vários meses.

Sintomas

O período de incubação (tempo que leva desde o contágio até ao aparecimento do primeiro sintoma) do vírus é de cerca de 15 dias e os sintomas são parecidos com os da gripe: febre (até 38º C), dores nos músculos e articulações, prostração, dores de cabeça e corrimento nasal, gânglios inchados e posteriormente o rash, que dura três dias e desaparece sem deixar sequelas, inicialmente no rosto e posteriormente pelo corpo todo.

Diagnóstico

Devido à sua semelhança com várias outras doenças virais (como a gripe comum, a mononucleose, o sarampo ou a “papeira”), o diagnóstico da Rubéola só pode ser obtido através de exame serológico (exame de detecção de anticorpos).

Tratamento e Prevenção

O tratamento é meramente sintomático. Antipiréticos e analgésicos ajudam a diminuir o desconforto, aliviar as dores de cabeça e de corpo e baixar a febre. Recomenda-se também que o paciente faça repouso durante o período crítico da doença. No caso da mulher grávida, podem ser administradas gamaglobulinas (anticorpos) como meio de prevenção. Actualmente, a Rubéola é tratada quase sempre de modo preventivo, por meio de vacinação.

Vacina

A vacina utilizada (eficaz em quase 100% dos casos) é uma vacina combinada denominada de VASPR: Vacina Anti Sarampo, Parotidite e Rubéola. Esta vacina contém vírus atenuados (vírus geneticamente modificado para ser “menos virulento” mas permitir que o sistema imunitário crie os respectivos anticorpos). Faz parte do Programa Nacional de Vacinação e é administrada em duas vias: a primeira aos 15 meses de idade e a segunda entre os cinco e seis anos. Os adultos que nunca tiveram contacto com a doença também são aconselhados a fazer a vacinação, nomeadamente mulheres em idade fértil, sendo que devem evitar uma possível gravidez até pelo menos um mês após a vacinação.


 


seara.com
 
2009 - Farm´cia Caniço
Verified by visa
Saphety
Paypal