Dr. Paulo Araújo - Médico Veterinário vetfunchal@mail.telepac.pt Este artigo irá incidir sobre algumas “dicas” para os proprietários de um cachorro conseguirem educá-lo de uma forma simples e dentro do possível eficaz, evitando assim alguns problemas futuros que por vezes se revestem de grande gravidade, como por exemplo, a agressividade. Assim sendo, ao cão, como animal de matilha que é, deve ser incutido desde o início a existência de uma hierarquia, em que o dono se encontra no topo da pirâmide hierárquica e ele na base. A consciencialização para esta realidade deve ser implementada de uma forma permanente, para que não exista uma tentativa do animal de assumir o comando da sua nova “matilha”. A partir do momento em que aceita o dono como líder, ele irá encará-lo como seu protector, executando de uma forma passiva e natural as suas ordens. O treino deve ser realizado de uma forma positiva, ou seja, recompensando o animal sempre que ele realize a tarefa proposta com um prémio (por exemplo, com um biscoito) e nunca de uma forma negativa, castigando-o quando esta não é realizada. Deve começar por lhe ensinar a se sentar. A forma mais simples de o fazer é: coloque-se de frente para o cão e imobilize-o, depois com um prémio na mão, faça com que este comece a “andar para trás”, assim que ele começar este movimento retrógrado, exerça pressão na região dorso-lombar, obrigando-o a sentar-se, recompensando-o em seguida. Este procedimento deve ser repetido sempre que o alimenta (duas a três vezes ao dia). Deve estabelecer desde o início quais as divisões da casa a que o animal pode aceder. Se não pretende que este suba para as camas e cadeiras, nunca deve permitir que o faça. Quando tentar entrar numa divisão proibida, obrigue-o a sentar-se à porta e, após 5 minutos, dê-lhe um biscoito para o recompensar. Habitue o seu animal a que se lhe mexa na comida na hora da refeição e a lhe retirar os objectos da boca, devolvendo-os depois. Este procedimento tem dois objectivos importantes: reforço da sua posição como líder e ao mesmo tempo, diminuição da tendência para se tornar possessivo com a comida, o que é de grande importância quando, por exemplo, tem na boca algum objecto nocivo ou tóxico, permitindo assim que o dono o retire. Em relação às necessidades, deve colocar jornais longe do sítio onde o animal come e dorme e deve recompensá-lo sempre que o veja fazer nesse local. Se deseja que o faça no exterior, deve passeá-lo logo após as refeições e, é claro, também premiá-lo quando efectuar o procedimento correcto. Nunca deve esfregar o focinho do seu cão nas necessidades quando ele as faz fora do local adequado, pois não contribui em nada para que tal deixe de acontecer e, pelo contrário, faz com que este passe a ingerir as suas próprias fezes, com efeitos bastantes desagradáveis. A punição do seu animal só é eficaz no momento em que erra. Punições posteriores de nada servem, pois este não tem capacidade para associar o castigo ao erro efectuado e só contribui para o aumento da sua ansiedade e para o desenvolvimento de traumas que, por vezes, podem conduzir ao despoletar de agressividade. É muito frequente os animais enjoarem quando andam de carro. Estes enjoos podem ser minimizados começando desde muito cedo a efectuar pequenos trajectos, aumentando depois progressivamente as distâncias. Desta forma, o cão familiariza-se com os passeios de automóvel, com estes a serem um factor de prazer e não de “stress”. |
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