SETEMBRO 2011
GATOS: PRINCIPAIS DOENçAS INFECCIOSAS
Dr Eduardo Hernandéz Loreto - Médico Veterinário
convetcanico@gmail.com

Neste artigo, vamos apresentar um resumo das principais doenças de origem infecciosa nos felinos, com excepção da Leucose Felina, que sobre a qual já nos debruçámos numa edição anterior. 

Panleucopenia felina
A panleucopenia felina é uma doença altamente contagiosa que afecta não só o gato, mas também outros membros da família dos felinos (onça, tigre, leão, leopardo, etc.). Esta doença é caracterizada por uma acentuada queda nas células brancas do sangue e destruição da mucosa intestinal, causando diarreia.

É causada por um vírus da família dos Parvovírus, altamente resistente ao calor e a vários desinfectantes. É capaz de persistir em ambientes infectados até um ano. A lixívia é um dos poucos desinfectantes com actividade virucida, isto é, com capacidade de destruir o vírus da panleucopenia felina.

A gravidade da doença varia muito de um animal para outro, indo desde um ligeiro aumento na temperatura com enfraquecimento transitório até uma gastroenterite hemorrágica e desidratação com diminuição drástica dos glóbulos brancos, capaz de matar o animal. Os mais afectados são geralmente gatinhos jovens que não estão vacinados.

Os gatos afectados começam por apresentar uma grande depressão, febre e perda de apetite, seguido de vómitos e diarreia com dor abdominal intensa. A taxa de mortalidade varia entre 30 e 80 por cento. O tratamento é sintomático, ou seja, tratam-se apenas os sintomas que aparecem durante o curso da doença. Os animais infectados apresentam grandes quantidades de vírus na saliva, na urina e nas fezes. As gatas prenhes podem transmitir a infecção aos filhotes através da placenta.

Os gatos recuperados continuam disseminando o vírus por vários meses. A vacinação é o único método eficaz e seguro de proteger aos gatos contra esta doença. A primeira vacinação é feita nos gatinhos com 2 meses, com uma dose de reforço no mês seguinte e oferece uma protecção por um ano; a revacinação deve ser realizada anualmente.

Doenças viricas das vias respiratórias

Estas doenças são causadas por dois vírus: o Herpesvirus; responsável pela rinotraqueíte viral felina e o Calicivírus felino, responsável pela rinotraqueíte infecciosa felina ou calicivirose.

Rinotraqueíte viral felina

A via natural de infecção é a intranasal, oral e conjuntival. A principal via de transmissão é por contacto directo, gato para gato. A transmissão indirecta desempenha um papel importante na disseminação da doença: esta ocorre por intermédio de outros factores tais como os alimentos, bebedouros, comedouros, utensílios de limpeza, etc. O vírus é relativamente frágil fora do gato - a sua duração depende da humidade e temperatura ambiente.

É uma doença grave das vias aéreas superiores, principalmente em animais jovens. O período de incubação é de dois a seis dias. Inicialmente, a doença apresenta sintomas como enfraquecimento, espirros, falta de apetite e febre. Segue-se uma descarga nasal, secreção ocular e conjuntivite. Muitas vezes, há salivação excessiva, tosse e dificuldade respiratória.
Podem aparecer úlceras na boca e desencadear uma pneumonia, especialmente nos gatinhos muito jovens com defesas diminuídas. Nas gatas prenhes, pode causar abortos. Os sintomas geralmente duram 15 a 20 dias.

O melhor método de prevenção é a vacina: esta é muito eficaz e está associada a outras vacinas como a do Calicivírus Felino e a da Panleucopenia felina. A primeira vacinação é feita aos gatinhos com 2 meses, com uma dose de reforço no mês seguinte e oferece uma protecção por um ano, sendo que a revacinação deve ser realizada anualmente.

Calicivírus Felino

Esta é uma forma mais benigna da rinotraqueíte felina viral, mas às vezes podem haver casos graves. O mal-estar é menos intenso do que com a Rinotraqueíte; os animais afectados também apresentam espirros, secreções nasais e oculares, assim como inflamação da conjuntiva ocular, aparecem úlceras na boca a nível do palato, língua e narinas. A salivação não é característica desta doença. Algumas cepas deste vírus podem causar pneumonia.

É difícil diferenciar clinicamente qual dos dois vírus estão a afectar o gato, mas o tratamento é similar. O importante é que ele se inicie o mais rápido possível, portanto, assim que observar o seu gato a espirrar ou com os olhos a lacrimejar, leve-o imediatamente ao veterinário.

O melhor método de prevenção é a vacina. Esta é muito eficaz e está associada a outras vacinas como a do Herpesvirus Felino e a da Panleucopenia felina. A primeira vacinação é feita aos gatinhos com 2 meses, com uma dose de reforço no mês seguinte e oferece uma protecção por um ano, devendo a revacinação ser realizada anualmente.

Pneumonite Felina ou Clamidíase Felina

O agente causante desta doença é a Chlamydia psittaci. Em tempos antigos, era considerada como a causa de quase todas as infecções do trato respiratório superior do gato. Foi isolada pela primeira vez em 1942 nos Estados Unidos. Essa foi a primeira patogenia respiratória isolada de um gato.

A Chlamydia pode ser encontrada em combinação com Herpesvirus felino e Calicivírus felino. As observações clínicas indicam que a clamidíase é uma doença primariamente conjuntival, podendo evoluir para doença respiratória. A Chlamydia é muito sensível fora do corpo do gato. A doença caracteriza-se principalmente por conjuntivite persistente e algumas vezes uma ligeira rinite e lesão pulmonar leve, não significativa. A doença ocorre geralmente em gatinhos jovens, podendo também afectar adultos.

O período de incubação é de três a 10 dias. Inicialmente, aparece uma secreção ocular persistente e conjuntivite. Os gatos afectados podem apresentar sintomas mais graves: desenvolvem lesões oculares importantes, tais como úlceras de córnea e edema da conjuntiva. A conjuntivite pode persistir por 40 dias quando não tratada.

Geralmente, a Chlamydia está associada com os vírus da rinotraqueíte e calicivírus felino. Esta doença pode afectar o trato genital de gatos. O modo de transmissão da Chlamydia é por contacto directo, secreções conjuntivais ou nasais. Gatos que tiveram a doença são susceptíveis de recaída quando, por várias razões orgânicas diminuem as defesas (stress). As vacinas conferem boa protecção, mas esta não é completa.


 


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