AGOSTO 2011
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Dra. Gisele Amorim

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma das mais antigas formas de medicina. Tudo indica que a prática da acupunctura, uma componente da MTC, remonta a vários milhares de anos antes da era cristã e as condições do seu surgimento são um mistério não desvendado.

A medicina tradicional chinesa tem como base o Taoísmo: este é, antes de tudo, um conhecimento, uma explicação teórica do mundo e das suas manifestações. O Taoímo prega, por exemplo, a equivalência entre as energias yin/yang para o equilíbrio da natureza e de todos os seres vivos. É nesse equilíbrio que reside a saúde e é na perda dele que muitas doenças aparecem.

Vários factores podem alterar esse estado dinâmico e energético da saúde, como por exemplo o trabalho stressante, os erros alimentares e os hábitos de vida e de comportamentos equivocados (fadiga, excesso de bebida alcoólica, poucas horas de sono e de lazer, etc). A teoria dos cinco elementos complementa esta filosofia, relacionando o organismo às estações do ano, aos sabores, aos sentimentos, às energias cósmicas (vento, calor, humidade, secura e frio), às cores, enfim, ao universo.

A medicina tradicional chinesa propõe-se analisar o indivíduo através do princípio energético, ou seja, toma como base a existência de uma estrutura energética para além do corpo físico, e afirma que no nosso corpo a energia circula por canais que têm pontos específicos que, ao serem puncturados com agulhas próprias (princípio da acupunctura), reorganizam a circulação energética de todo o corpo.

Além da acupunctura, que é a componente mais conhecida da MTC, fazem parte deste universo a fitoterapia tradicional chinesa, que é o tratamento com ervas chinesas e é considerada a componente de maior importância, apesar de menos conhecida; o tuiná ou massagem energética; a moxabustão; a dietética energética ou regimes alimentares baseados em critérios de medicina chinesa e ainda a ginástica energética, o Qi Qong e o Tai chi chuan.

A medicina tradicional chinesa é reconhecida pelo estado Chinês em igualdade com a medicina moderna (ocidental) e também é reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que desde os últimos dois anos tem aconselhado a sua integração no serviço nacional de saúde dos países membros. Em Portugal, esta prática milenar ainda se encontra em fase de regulamentação.

A MTC pode ser aplicada a qualquer tipo de problema de saúde. No entanto, a OMS emitiu uma lista de patologias para as quais esta terapêutica tem a sua eficácia reconhecida:
  • Bronquite, pneumonia, asma, rinite, sinusite, hipertensão arterial;
  • Úlcera peptídica, disfunção biliar, diabetes mellitus, acne, dermatite, reumatismo;
  • Má posição fetal, hemorróidas, celulite, obesidade, insónias, obstipação, alcoolismo, dores articulares, prostatite, incontinência urinária e fecal;
  • Enurese, Síndrome de Ménière, ciática, nevralgia do trigémio, polinefrite, cefaleias, depressão, neuroses psíquicas, torcicolite, tenossinovite, tabagismo;
  • Gripe, tosse, tonturas e vertigens, tinitus (zumbidos), angina de peito, otites, impotência sexual, problemas menstruais, síndrome menopausica e patologias da mama.

A tentativa de demonstrar a cientificidade da acupunctura é tarefa a que se vêm dedicando inúmeros acupunctores. Embora os estudos científicos não permitam conclusões definitivas, o reconhecimento de vantagens da MTC tem sido um argumento a favor da sua utilização no ocidente.


 


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