MARçO 2011
DOENçAS DAS GENGIVAS
Dr. Fabião de Castro da Silva - Médico Dentista
dentocarmo@gmail.com

As doenças gengivais, ou doenças do periodonto, são as doenças da cavidade oral que atingem os tecidos de suporte do dente: osso, gengiva e o ligamento do dente (o ligamento periodontal). As doenças periodontais mais comuns são a gengivite e a periodontite, vulgarmente conhecida por “Piorreia”.

A gengivite, normalmente reversível, caracteriza-se de uma forma geral, por uma inflamação gengival com gengivas avermelhadas, acompanhada ou não de sangramento e edema gengival (inchaço).

A periodontite, um estado mais grave de gengivite, surge normalmente em indivíduos com gengivites não tratadas. Manifesta-se como uma persistente inflamação gengival, no entanto, no caso da periodontite, existe a perda do osso alveolar (osso em volta dos dentes), causando mobilidade dentária.

Convém destacar que, em muitos casos, esta doença é indolor, mas pode ser extremamente destrutiva, resultando na perda de um ou vários dentes, devendo por isso ser diagnosticada e tratada o mais cedo possível.

Esta é uma doença multifactorial, no entanto, o principal agente causador é a placa bacteriana que se acumula na superfície dentária e junto aos sulcos gengivais, desencadeando assim a inflamação gengival. Com a evolução desta inflamação, dá-se a perda de estruturas de suporte (osso, ligamento), e migração gengival, resultando na mobilidade dentária e, em casos mais graves, na perda dos dentes, sem qualquer tipo de dor. Esta perda óssea resulta de uma resposta de defesa do nosso próprio organismo, que ao identificar a presença de agentes indesejáveis na superfície dentária (placa bacteriana), identifica a própria peça dentária como causadora do problema, “expulsando-a” e resolvendo assim o processo infeccioso.

Para além da placa bacteriana, existem outros factores que podem influenciar o aparecimento/evolução da doença, tais como a idade, o tabaco, carências alimentares, diabetes, HIV, a hereditariedade (transmissão genética de pais para filhos, que pode atingir até 50 por cento dos casos), o stress, o álcool e a gravidez.

Entres os sinais de alerta para este tipo de patologias, o mais comum é a inflamação das gengivas, associada a um abundante sangramento gengival, e ao mau hálito (halitose). Outros sinais podem incluir perda de tecido gengival (dentes descarnados), alteração da posição dentária, sensibilidade, pus na gengiva, perda de gengiva (dentes descarnados), mobilidade dentária, e em último caso, perda de dentes.

O tratamento da gengivite, de uma forma geral, passa exclusivamente por uma boa higiene oral, sem ser normalmente necessária a intervenção do profissional de saúde oral.

O tratamento da periodontite, por sua vez, necessita da intervenção do médico dentista e consiste normalmente na remoção da placa e controle da infecção gengival. Para eliminar a placa bacteriana responsável pela doença é necessário efectuar uma destartarização, para a remoção de todo o tártaro que existe sobre a superfície dos dentes, e depois realizar raspagens na raiz do dente, de forma a eliminar todas as bactérias que existam mesmo por baixo da gengiva. Em casos de infecção mais grave, pode ser prescrito um antibiótico.

Finalmente, e igualmente importante, deverão ser eliminados ou minimizados todos os factores que influenciem esta doença, e o paciente deverá ser instruído em relação às técnicas de higiene oral. No caso deste tipo de tratamento não ser eficaz, é possível ainda recorrer a um tratamento cirúrgico, sob anestesia, em que se faz uma remoção mais aprofundada das bactérias causadoras da doença.

O papel do médico dentista é essencial na intervenção local com a remoção da placa bacteriana e da educação para correctas técnicas de higiene oral, bem como para sensibilizar o paciente a afastar factores de risco voluntários, como sejam o tabaco, hábitos nocivos de dieta, álcool e controlar os involuntários, como a diabetes e o stress, etc. Assim sendo, o paciente tem um papel muito mais preponderante e activo no controle da doença do que o próprio médico dentista, pois depende deste o correcto desempenho das indicações dadas para uma boa manutenção do que foi executado pelo profissional de saúde oral.

Este tipo de doença requer um controlo periódico mensal numa fase inicial, para que o medico dentista possa monitorizar a evolução do tratamento, bem como constatar a resposta do paciente às técnicas de higiene oral apresentadas, sendo depois o tratamento adequado às necessidades específicas de cada caso.

Concluindo, a saúde dentária passa também por uma boa saúde gengival. Se verificar algum destes sinais, fique alerta e procure o seu médico dentista:

•    Sangramento das gengivas;
•    Aparecimento/Aumento de espaços entre os dentes;
•    Gengivas inchadas ou flácidas;
•    Gengivas retraídas ou os dentes parecem maiores;
•    Mau hálito;
•    Aparecimento de pus;
•    Desconforto ao morder ou a fechar a boca;
•    Aumento de sensibilidade dentária.

 


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