JANEIRO 2011
HIDROTERAPIA
Dra. Carolina Freitas e Dra. Marisol Canada - Fisioterapeutas
reabilitesse@sapo.pt

A Fisioterapia é uma área da saúde muito abrangente, sendo capaz de intervir efectivamente a vários níveis, como é o caso do cardio-respiratório, do neuro-músculo-esquelético, neurológico, e também pediátrico. O seu objectivo major é a máxima funcionalidade do utente e consequente melhor qualidade de vida.

A hidroterapia é uma forma de exercício aquático terapêutico que ajuda na reabilitação das patologias das várias áreas, pois a água tem propriedades físicas que beneficiam a recuperação em grande escala. A flutuabilidade, a pressão hidrostática, a viscosidade e a tensão superficial são exemplos destas propriedades da água, que associadas à sua temperatura, promovem diversos benefícios terapêuticos.

A flutuabilidade é uma propriedade física da água que permite uma ausência relativa de peso e alivia as articulações, o que permite maior facilidade de execução dos movimentos activos. A pressão hidrostática, por sua vez, ajuda no retorno venoso e centraliza a circulação sanguínea periférica, tendo um grande efeito em patologias cardio-respiratórias. Outra importante propriedade é a viscosidade, que cria resistência aquando dos movimentos activos, promovendo o fortalecimento muscular. À semelhança da viscosidade, a tensão superficial cria igualmente resistência ao movimento, contudo esta é ainda maior à superfície, pelo que os movimentos realizados à superfície da água são de maior dificuldade relativamente aos realizados por baixo da mesma. 

A temperatura da água deverá estar entre 26º e 33º, pois quando aquecida actua beneficamente a nível muscular e em termos de alivio da dor. Estas propriedades contribuem assim para o relaxamento muscular, redução da sensibilidade à dor e dos espasmos musculares, facilitação da mobilidade articular, aumento da força e resistência muscular, melhoria da musculatura respiratória, da consciência corporal, equilíbrio e estabilidade proximal do tronco e melhoria da autoconfiança.

As sessões de hidroterapia são orientadas por fisioterapeutas e são organizadas com base nas propriedades acima referidas e tendo em conta componentes específicos como o aquecimento, alongamento, resistência e força muscular e relaxamento. Para auxiliar na flutuação do corpo ou de um membro, que é essencial na maioria dos componentes anteriormente referidos, existe uma grande variedade de equipamentos, normalmente de material flutuante. Estes equipamentos ajudam igualmente no treino de equilíbrio, de resistência e força muscular. 

A população alvo é muito abrangente, podendo ser constituída por utentes com lesões músculo-esqueléticas, com ou sem cirurgia, como é o caso das dores nas costas, lesões musculares ou lesões ao nível de ombro, joelho ou pé, entre outras articulações.

Casos clínicos da área da neurologia, como por exemplo o acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, traumatismo craniano e lesões vértebro-medulares, aumentam o seu potencial de recuperação com sessões de hidroterapia.

Para completar, outras duas áreas da fisioterapia que também beneficiam deste tipo de exercício são a área da cardio-respiratória, nomeadamente enfarte agudo do miocárdio, por exemplo, e a pediatria, principalmente nas condições neuro-musculo-esqueléticas, como a paralisia cerebral ou até uma simples fractura do cotovelo. Contudo, a hidroterapia pode ser frequentada não só com o intuito de recuperar de uma lesão, mas também com o objectivo de prevenir a ocorrência de lesões ou recidiva das mesmas.

A hidroterapia pode ser frequentada em aulas, sendo organizados grupos específicos com planos de tratamento semelhantes, ou por sessão individual, na qual o fisioterapeuta acompanha na piscina apenas um utente.

A escolha entre uma sessão individual ou em aulas depende da necessidade e limitação funcional que o utente apresenta, bem como do objectivo de tratamento. Assim, deve ser sempre realizada uma avaliação inicial quando o utente procura a ajuda da fisioterapia, de forma a serem identificados os principais problemas e objectivos de tratamento.
No caso específico da área de pediatria, a sessão é normalmente individual, bem como as sessões iniciais em casos de acidente vascular cerebral. Para além da avaliação inicial, devem ser realizadas reavaliações periodicamente com o intuito de perceber a evolução do quadro clínico de cada utente.


 


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