DEZEMBRO 2010
METATARSALGIA
Dra. Joana Sousa - Podologista
podo.joana@gmail.com

A Metatarsalgia é uma dor na parte anterior do pé com uma localização mais precisa nas cabeças dos metatarsos (zona abaixo dos dedos).









As causas da metatarsalgia são múltiplas, podendo ser divididas em duas grandes categorias:
1)    Causas mecânicas: envolvem a estrutura do pé, por exemplo o pé cavo (pé com pouco ou nenhum apoio do mediopé), pé equino (pé com apoio apenas no antepé), joanetes, entre outras;
2)    Causas não mecânicas: ligadas a patologias gerais ou locais, por exemplo algum tumor, infecções, ou doenças metabólicas, entre outras.











       
A - Antepé
M - Médiopé
R - Retropé
            
Diagnóstico:

Em condições normais, quando estamos em bipedestação (posição de pé), o peso do corpo distribui-se mais ou menos da seguinte forma:
•    60% no retropé (calcanhar),
•    32% no antepé (parte frontal), sendo que destes, 28% situam-se sob as cabeças dos metatarsos e 4% nas falanges (dedos); as cargas distribuídas no antepé em dinâmica (durante a marcha) concentram-se nos três metatarsos centrais.
•    8% no mediopé, mais propriamente no istmo (parte que “liga” o antepé ao retropé).

Na presença da metatarsalgia, as pessoas tendem a queixar-se de uma dor localizada “abaixo dos dedos” com presença de calo (hiperqueratose). A dor depende naturalmente da sua causa, mas tende a aumentar com a dinâmica e com a estática prolongada, ou seja, em pessoas que andem muito ou que permaneçam muitas horas em pé.

Numa consulta de Podologia, através do exame ao podoscópio, é possível verificar que os pacientes com metatarsalgia apresentam hiperpressão na zona do antepé (a imagem dessa zona surge com uma maior fluorescência) e normalmente uma diminuição do apoio do mediopé (zona com reduzida luminosidade). É obvio que cada caso é singular, sendo fundamental realizar o diagnóstico correcto para que se obtenha o melhor tratamento.

Tratamento

Tendo em conta que cerca de 92% das metatarsalgias têm etiologia mecânica, o tratamento realizado pelos podologistas é preferencialmente conservador, ou seja, após uma avaliação e dependendo da reductibilidade, pode-se redistribuir as pressões, de maneira a que o mediopé receba maior carga e o antepé fique com menos pressões. Normalmente, faz-se com que o apoio do mediopé seja superior ao normal, para que se sinta um alívio efectivo da pressão no antepé.

A redistribuição das pressões é possível através da realização de suportes plantares personalizados (vulgo palmilhas) feitos a partir de um molde do pé do paciente. Dependendo da etiologia da metatarsalgia, manipulam-se os suportes e/ou acrescentam-se elementos de descarga local.

O que não se deve fazer é simplesmente proteger. Se for colocada uma protecção apenas e só sob a zona de hiperpressão, estar-se-á a aumentar ainda mais a pressão e a agravar a situação. Assim sendo, deve-se sempre pensar que se estamos perante uma zona com uma pressão aumentada, sendo por isso mesmo dolorosa: deve-se, portanto, aliviar a pressão através da redistribuição de pressões – palmilhas.


 


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