JUNHO 2010
VERRUGA OU CALO: EIS A QUESTãO!
Dra. Joana Sousa – Podologista
podo.joana@gmail.com

A distinção entre a verruga plantar e o calo requer conhecimento técnico que previna o agravamento das patologias e a ineficácia de tratamentos desnecessários. A confusão deve-se ao facto deste tipo de verruga ter uma localização plantar e pelo espaço de crescimento ser diminuto (devido à pressão exercida pelo corpo), cresce para o interior, causando dor e desconforto. Assim sendo, torna-se essencial saber diferenciar verruga de calo.

A verruga é um vírus (papiloma vírus humano, HVP) muito comum em crianças, uma vez que o seu sistema imunológico não se encontra completamente desenvolvido. Nos casos raros de desenvolvimento deste vírus nos adultos, estão presentes situações de stress, doenças que afectam o sistema imunitário ou o uso de medicamentos imunodepressores/imunosupressores.

As verrugas plantares são constituídas por papilas dérmicas cobertas por hiperqueratose, (pele grossa) onde muitas vezes se evidenciam pontos negros que são vasos sanguíneos trombosados. Podem desenvolver-se num pé ou em ambos, e ser em número superior a um. Localizam-se normalmente em zonas de pressão e apresentam uma cor amarelada: por estas duas razões as verrugas são frequentemente confundidas com helomas, vulgo calo de prego.

O heloma (calo) é constituído por hiperqueratose associada à presença de um núcleo do mesmo material. A sua localização é semelhante à da verruga, ou seja, em zonas de pressão, embora possa estar também associado a alterações estruturais do próprio pé.

Um facto curioso e subjacente à raridade de calos nas crianças, é que estas normalmente não aceitam usar qualquer tipo de calçado apertado – o principal causador de calos.
 
A abordagem terapêutica nestas duas patologias é, naturalmente, distinta. No caso da verruga é necessário haver um desbridamento da hiperqueratose que se forma por cima dela e depois aplicar um ácido próprio. Normalmente são necessárias cerca de duas a três sessões e por norma não existem recidivas.

Já o calo requer para além do desbridamento da hiperqueratose, a remoção do seu núcleo. Se a causa estiver associada ao uso de calçado inadequado, deve optar por outro tipo de calçado que respeite a forma e dimensão do pé. Por outro lado, se a causa for estrutural, a abordagem terapêutica pode incluir a redistribuição de pressões anormais, através da criação de uma palmilha a partir de um molde do pé. É de salientar que neste caso podem ocorrer recidivas.

Em qualquer das situações, os calicidas estão contra-indicados, por não existir controlo durante a sua aplicação e pelo risco de maceração dos tecidos circundantes.


 


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