MAIO 2010
DIROFILARIOSE CANINA: UMA DOENçA SILENCIOSA
Dr. Eduardo Hernández Loreto - Médico Veterinário
convetcanico@gmail.com    

 A Dirofilariose Canina é uma doença muito perigosa, especialmente porque na sua primeira fase não produz sintomas. É causada por um parasita chamado Dirofilaria immitis, que na sua fase adulta está localizado no coração, por isso também recebe o nome de “Verme do coração”. Esta doença é transmitida pelos mosquitos.

A Dirofilariose afecta sobretudo animais domésticos como cães e gatos, bem como animais silvestres como a raposa, o furão ou mesmo a lontra. Em alguns países, a doença pode também ser transmitida aos seres humanos, embora passe despercebida muitas vezes, pois não assume a mesma forma, nem provoca os mesmos problemas que nos animais.

 Uma vez que a transmissão da doença está dependente dos mosquitos, esta apresenta maior prevalência nas regiões do mundo onde a temperatura e a humidade relativa favorecem o desenvolvimento destes insectos. Na Região Autónoma da Madeira, estudos têm apontado para uma prevalência na ordem dos 30 por cento, ou seja, em cada 10 cães, três são portadores da doença.

Quando um mosquito pica um animal infectado, suga o sangue contendo o parasita, sendo que este faz uma parte do seu desenvolvimento dentro do mosquito, e quando o insecto volta a picar outro animal, o parasita é depositado sob a pele do cão saudável. Depois, o parasita chega ao sangue através da ferida causada pelo mosquito e, em seguida, através de
diversos tecidos, vai migrando pelo corpo até atingir o coração, onde atinge a sua fase adulta. Entre seis a sete meses após a picada, já produz novos parasitas no corpo do cão, as chamadas microfilárias.

O curso da doença é crónico, com um período em que o animal não apresenta sintomas, podendo este variar de meses a anos, dependendo do número de parasitas adultos presentes no coração.

No coração dos cães, os parasitas machos adultos podem chegar a medir aproximadamente 6 cm de comprimento, enquanto as fêmeas adultas podem atingir de 25 até 30 cm de comprimento. Os sintomas nos animais podem ser observados quando a doença está numa fase mais avançada e variam consoante o número de parasitas e a duração da mesma. Os sintomas mais comuns são tosse e falta de ar, podendo os cães manifestar também falta de apetite, intolerância ao exercício e perda de peso. Regra geral, estes sintomas são progressivos. Os parasitas adultos alteram o fluxo do sangue e causam lesões cardíacas e até mesmo a morte.

O período sem sintomas é muito importante, porque os cães estão doentes, mesmo que os seus donos pensem que estão de boa saúde. Como a maioria dos animais não mostra sintomas e porque a propagação da doença tem aumentado, é necessário consultar o veterinário, que através de um teste, diagnostica em apenas cinco minutos se um cão é portador ou não da Dirofilariose.

Se o cão estiver doente, o veterinário irá determinar qual o melhor tratamento para cada caso, pois varia segundo a fase em que o mesmo se encontre, em casos muito avançados até é possível que o tratamento não seja viável.

O mais importante, e com a finalidade de evitar a propagação desta grave doença, é a prevenção. Esta deve começar desde muito cedo, através da administração de medicamentos para o efeito, os quais são de grande eficácia e de excelente aceitação pelos animais. Alguns produtos são administrados uma vez por mês e apresentam-se sob a forma de comprimidos mastigáveis, enquanto outros são de uso externo, em forma líquida e comercializados em pipetas, que são dosificadas conforme o peso do animal. Hoje em dia, até já está disponível um medicamento que pode ser administrado de forma injectável e que confere uma protecção eficaz ao animal durante um ano inteiro.

Cada vez mais, a prevenção é primordial devido aos seguintes factores:
•    O número de cães expostos à dirofilariose está a crescer;
•    O trânsito de cães de um lugar para outro é cada vez maior;
•    A adaptação dos mosquitos a diversas latitudes, assim como as mudanças climáticas verificadas nos últimos tempos, que favorecem a sua propagação.

O parasita pode afectar animais de todas as idades e raças, quer estes sejam cães de estimação, do campo ou vadios. Dentro ou fora da casa, todos estão expostos num maior ou menor grau à doença e esta deve ser controlada com a prevenção.

Faça o teste e, no caso de o seu cão estar livre da doença, pergunte qual é o produto que melhor se adapta ao seu caso específico. Não administre nenhum produto sem antes saber se o animal está doente. Não esqueça que a melhor maneira de manter os nossos animais de estimação saudáveis é consultar regularmente o veterinário.


 


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