Dra. Samanta Aguiar Farmacêutica na Farmácia do Caniço samantha.aguiar@farmacianadocanico.pt A escarlatina é uma doença infeciosa benigna porém contagiosa, atingindo maioritariamente
as crianças em idade escolar. Existe tratamento para a doença. A escarlatina é uma doença infeciosa aguda, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, caracterizada pelo aparecimento de
amigdalite ou faringite, febre e
erupção cutânea. É benigna porém contagiosa. As crianças em
idade escolar são as mais atingidas.
É no Inverno que se registam
o maior número de casos, altura
do ano em que ocorrem mais infeções respiratórias e pelo facto
das crianças passarem grandes períodos em locais fechados e pouco arejados. Tudo isto facilita o
contágio que é feito de pessoa
para pessoa, através de gotículas
de saliva ou secreções infetadas,
provenientes de pessoas com a
doença ou de portadores sãos.
O período de incubação é de 2 a
5 dias, manifestando-se geralmente de forma abrupta com febre
súbita, dor de garganta, arrepios,
mal-estar geral, dores musculares, por vezes náuseas, vómitos
e prostração.
Geralmente a erupção cutânea
surge entre 12 a 48 horas após o
início da febre, afetando o pescoço e o tronco, depois a face e
os membros. A pele fica áspera e
as manchas de pequenos pontos
vermelhos são mais intensas na
face, axilas e virilhas.
A língua pode ser afetada, sendo pálida e depois vermelha com
o aspeto de um morango. Pode
ocorrer descamação da pele numa fase mais tardia.
Existe tratamento para a doença, passando pela administração
de analgésicos e ingestão de uma
dieta mole ou líquida, tépida ou
fria. Hoje a doença é facilmente
tratada recorrendo à administração de antibióticos sendo o objetivo reduzir a duração e gravidade,
bem como prevenir a transmissão.
Até o início do século XX, a escarlatina era considerada uma
infeção grave, pois não havia
tratamento adequado e as complicações eram muito comuns. A
mortalidade chegava aos 20%.
Com o uso dos antibióticos, a taxa
de complicações baixou, tornando a escarlatina uma doença com
ótimo prognóstico. Hoje, a taxa
de mortalidade é menor que 1%.
Em Portugal, foi registada em
2023 uma morte infantil por doença invasiva devido a complicações
da doença.
Para evitar o contágio a pessoa infetada deve ficar em casa,
não partilhar objetos e lavar frequentemente as mãos com água
e sabão. |