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Verrugas são lesões da pele benignas e comuns, associadas à infeção por papillomavírus humano. Podem surgir em qualquer  parte do corpo, com diversas formas. Afetam pacientes de todas as idades, mas são mais comuns em crianças.

São causadas por infeção por HPV ( Papillomavírus Humano); há mais de 100 súbitos de HPV. Trauma e maceração facilitam a inoculação epidérmica. A disseminação ocorre então por autoinoculação. Fatores imunitários locais e sistémicos parecem estar na origem da sua disseminação; os pacientes imunossuprimidos (infetados por HIV ou transplantados renais) são particularmente propensos ao desenvolvimento de lesões generalizadas difíceis de tratar.

Verrugas são nomeadas de acordo com a sua aparência e localização; diferentes formas estão associadas a diferentes tipos de HPV. A maioria dos tipos geralmente é assintomática. No entanto, algumas verrugas são mais sensíveis, de modo que aquelas em superfícies que recebem peso (p. ex., planta dos pés) podem causar dor leve.

Verrugas comuns (verrugas vulgares) são causadas pelos tipos de HPV 1, 2, 4, 27 e 29. Em geral são assintomáticas, mas, às vezes, causam dor leve se estiverem localizadas numa superfície que sofra pressão por peso, como região plantar. Verrugas comuns são nódulos bem delimitados, ásperos, arredondados ou irregulares, firmes, levemente acinzentados, amarelados, acastanhados ou ainda cinza-enegrecidos, de 2 a 10 mm de diâmetro. Surgem com mais frequência em regiões sujeitas a traumas (p. ex., dedos, cotovelos, joelhos e face) mas espalham-se por qualquer área. Existem variantes com configurações não usuais (p. ex., pediculadas ou semelhantes a couve-flor) sendo mais comuns na face e no pescoço, principalmente no couro cabeludo e região da barba.

São crescimentos longos, pequenos e com aspeto de couve-flor, geralmente nas pálpebras, face, pescoço ou lábios. Em geral são assintomáticos. Essas morfologias distintas das verrugas comuns são benignas e fáceis de tratar. 

Causadas pelos tipos de HPV 3,10, 28 e 49, são pápulas lisas, aplanadas, amarelo-acastanhadas, rosadas ou avermelhadas, mais frequentemente localizadas na face e ao longo de escoriações; são mais comuns em crianças e adultos jovens e desenvolvem-se por autoinoculação. Geralmente não causam sintomas, mas costumam ser difíceis de tratar.

Causadas pelo HPV 1, ocorrem nas palmas das mãos e nas plantas dos pés; são aplanadas, sob pressão, e circundadas por epitélio cornificado. São muitas vezes sensíveis, podendo causar desconforto ao andar e ficar em pé. Elas podem ser diferenciadas dos calos e calosidades pela tendência de sangramento em pequenos pontos quando a superfície se abre.

São placas formadas pela coalescência de numerosas verrugas pequenas localizadas muito próximas umas das outras. À semelhança de outras verrugas plantares, são geralmente sensíveis.

Surgem como pele espessada ou fissura em forma de couve-flor ao redor da lâmina ungueal. Geralmente assintomáticas mas, à medida que as verrugas crescem as fissuras causam dor.  Frequentemente há perda da cutícula e são mais comuns entre os pacientes que roem as unhas ou que têm profissões em que as mãos estão constantemente humedecidas.

Verrugas genitais manifestam-se desde pápulas nítidas, lisas ou aveludadas, até excrescências ásperas e pedenculadas, na região perineal, perirretal, labial e peniana. A infeção pelos tipos de HPV de maior risco (os mais importantes, 16 e 18) é a principal responsável pelo cancro cervical. Estas verrugas geralmente são assintomáticas. No caso das verrugas perirretais podem causar comichão.

O seu diagnóstico é clínico, por avaliação clínica e raramente por biópsia.

Muitas verrugas regridem espontaneamente (particularmente as verrugas comuns); outras persistem por anos e recidivam no mesmo local ou noutros, apesar do tratamento. Os fatores  que influenciam as recidivas parecem relacionados com o sistema imunitário geral do paciente, bem como alguns fatores causados por traumas  no local onde as verrugas se manifestam.

O tratamento é feito por medicamentos de aplicação tópica que irritam a epiderme (p. ex., Ácido Salicilico, Cantaridina, 5-Fluoruracilo, Ácido Tricloroacético, resina de Podofilino) ou por outros métodos mais evasivos e destrutivos, como criocirurgia, eletrocoagulação e laser.

Em associação à terapia tópica existem alguns fármacos para administração oral, como a isotretinoína e o Zinco, que aumentam a probabilidade de sucesso no tratamento, uma vez que, nem sempre ao eliminar o vírus da pele ele é erradicado do organismo.

Não existem indicações sólidas para o tratamento das verrugas, pelo que se devem aceitar o tratamento daquelas que são esteticamente inaceitáveis, que são dolorosas ou que comprometem alguma função fisiológica, pela sua localização.

Em todos os casos, as verrugas carecem de uma avaliação antes de qualquer tratamento inicial, não só pelo carácter da sua etiologia mas também  pelo facto de que apenas nos casos mais simples de verrugas comuns (plantares e palmares) o tratamento poder ser feito por recorrência à utilização de medicamentos de ação tópica.