OUTUBRO 2019
O QUE FEZ HOJE PELA SUA FELICIDADE?
Dra. Alícia Freitas
Psicóloga Clínica e da Saúde
aliciafreitas75@gmail.com

Cada um vive/sente a felicidade de forma única e pessoal. Há a tendência de fazer depender a felicidade de algo... realização ou aquisição de determinadas coisas na vida. Por exemplo "vou ser feliz quando... tiver um emprego, quando tiver um filho, quando tiver mais saúde, quando acabar o curso, encontrar o amor, tiver casa, ou um carro". Nesta perspetiva, promove-se um adiar do sentir e a felicidade fica a depender de acontecimentos externos. Os acontecimentos favoráveis de vida promovem uma satisfação (de curta duração) pois de seguida teremos de procurar um outro estímulo, outra conquista/expetativa. Acreditar que a felicidade está fora de nós implica que não podemos fazer nada para alcançar este estado. Segundo Martin Seligman (Psicólogo e autor de grandes contributos a nível da Psicologia Positiva), a felicidade autêntica não é condicionada por acontecimentos externos mas corresponde a um estado do ser, que encontra dentro de si mesmo forças e qualidades, com a possibilidade de desenvolver e melhorar o seu potencial. Nos anos 90, quando Seligman era Presidente da Associação Americana de Psicologia, reforçou a importância de estudar cientificamente tudo o que faz o ser humano feliz, dedicando a sua vida ao estudo da saúde mental e não mais à doença mental.  

No dia 10 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental, data “criada” em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental. Este ano de 2019 com especial enfoque na temática do Suicídio. O conceito de Saúde deve ser entendido em 3 dimensões da nossa vida: física, mental e social.  No entanto, apesar da evolução deste conceito, existe melhor aceitação quando se trata de doença física. Nas Consultas de Psicologia, apercebo-me que quando a saúde mental é afetada (desajustamento emocional e sofrimento) torna-se mais difícil aceitar e viver esta condição, tanto por parte da própria pessoa, como dos que a rodeiam. Por vezes, existe mesmo a necessidade de “esconder do mundo” o sofrimento, porque é difícil aceitar e porque os outros julgam e fazem sentir como uma condição de maior fragilidade, como se a pessoa não tivesse sido capaz de enfrentar a vida e os desafios que esta impõe. A pessoa passa por dias sufocantes, em que tudo dói tanto que é quase impossível permanecer em si próprio. Por vezes instala-se mesmo a desesperança de voltar a sentir-se feliz.

No geral, as mensagens que apelam à componente física estão muito presentes na nossa sociedade, desde os cuidados com o corpo: a prática de exercício físico (ex. ginásios, desportos de exterior), a alimentação (as últimas tendências ou “dietas da moda”), etc. O mesmo não acontece com a nossa Saúde Mental, é como se houvesse uma separação entre a componente física e mental, quando na realidade somos um todo - o estado físico reflete o estado emocional. As dores e feridas emocionais também se traduzem no corpo através de mal-estar, sintomas ou doenças.

Aproveitando a comemoração da data, convido à reflexão: Como está a sua Saúde Mental? O que fez hoje pela sua felicidade? Numa escala de 1 (muito insatisfeito) até 5 (muito satisfeito) qual o seu nível de satisfação com a sua vida? Assumindo que somos também responsáveis por essa construção e que não depende apenas de contingências externas. Agarre o desafio de implementar pequenas decisões no seu dia a dia que estejam alinhadas com a sua “essência”, que proporcionem mais alegria, gratificação e significados autênticos à sua vida.







 


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