FEVEREIRO 2018
CUIDADOS ALIMENTARES A TER COM OS NOSSOS ANIMAIS DE ESTIMAçãO
Dra. Sara Freitas
Médica Veterinária
sara.freitas.vet@gmail.com

Oferecer ou não oferecer ossos, eis a questão:
Nos dias de hoje, perguntar se devemos ou não oferecer ossos aos nossos cães, pode parecer uma questão obsoleta. No entanto, a crença de que devemos fazê-lo persiste, como a nossa prática clinica diária confirma.
Na verdade, a maioria dos que cuidam de cães, está sensibilizada e informada, contudo ainda atendemos, com alguma frequência, casos de animais com transtornos gastrointestinais decorrentes da ingestão de ossos. A título de exemplo trago-vos um raio x abdominal de um canídeo, que se apresentou, no Hospital Veterinário da Madeira, com vómitos e coprostasia, decorrentes da ingestão de ossos.
A crença de que os ossos são uma boa fonte de minerais ou úteis na higiene oral dos cães ainda subsiste nos dias de hoje, o que conduz, por vezes, a situações de obstrução, ulceração e na pior das hipóteses rutura gastrointestinal, que pode conduzir à morte do animal.
Muitas vezes é usado o argumento: “o lobo também come carne crua e ossos quando livre na natureza”, para justificar a escolha destas opções alimentares. 
Ora bem, ainda que na natureza os animais consumam ossos e carne não cozinhada, uma vez que não há outras opções, a sua esperança de vida, nesse mesmo ambiente, é também significativamente mais baixa do que a que conseguimos oferecer com um correcto maneio alimentar e cuidados de saúde. Na natureza os animais não-domésticos, como o lobo, também adoecem e falecem no seguimento de infecções bacterianas ou perfurações gastrointestinais, causadas pela ingestão de carne crua e ossos, com a agravante de estas condições clínicas não poderem ser diagnosticadas nem resolvidas.

Ração versus comida caseira:
É frequente, em consultório, sermos confrontados com o receio de que uma alimentação à base de rações não satisfaça as necessidades nutricionais dos animais de estimação. Questionam se não seria preferível oferecer-lhes a nossa dieta.
Um ponto fundamental a ter em conta é o facto dos cães serem carnívoros e terem um sistema digestivo com especificações que diferem do nosso sistema digestivo omnívoro. De modo que existem alimentos e condimentos na nossa dieta que podem ser indigestos e em última análise tóxicos para eles. As necessidades nutricionais dos nossos companheiros são muito específicas, o que exigiria que cozinhássemos só para eles. Para tal seria naturalmente indispensável ter um bom conhecimento nutricional, para facultar uma alimentação adequada, apenas com uma dieta caseira.

Ração standart, premium ou super premium
Na escolha da ração costumam surgir algumas dúvidas decorrentes da diversidade da oferta existente. É importante saber que as tabelas de informação nutricional são frequentemente incompletas, o que dificulta a comparação entre rações. Vejamos o caso da proteína: é comum encontrarmos a mesma percentagem em rações de alta ou baixa gama, no entanto nem toda a proteína presente é igualmente digerível, pelo que não é interessante ter, por exemplo, uma ração com 30% de proteína em que grande parte não é aproveitada pelo tubo digestivo dos carnívoros.
A diferença entre as rações standart, premium e super premium tem por base precisamente a origem da matéria prima utilizada na sua produção, o que tem implicações na sua digestibilidade, bem como a utilização ou não de corantes e palatabilizantes. 
As rações super premium possuem proteína de origem 100% animal, têm por isso maior digestibilidade e absorção e não possuem conservantes não naturais, pelo que constituem uma excelente escolha alimentar para os nossos animais.
A escolha da ração deve também ter em conta a fase de vida em que o animal se encontra, a sua actividade física, bem como o seu estado geral de saúde. 
Aconselhe-se junto do seu médico veterinário, ele saberá informá-lo para que faça a melhor opção na escolha da ração para o seu fiel companheiro.
O segredo para uma maior esperança de vida com qualidade para os nossos animais de companhia assenta numa boa nutrição, cuidados médico-veterinários, carinho e atenção. Não descure nenhum destes princípios.


Um ponto fundamental a ter em conta é o facto dos cães serem carnívoros e terem um sistema digestivo com especificações que diferem do nosso sistema digestivo omnívoro. De modo que existem alimentos e condimentos na nossa dieta que podem ser indigestos e em última análise tóxicos para eles.

 


seara.com
 
2009 - Farm´cia Caniço
Verified by visa
Saphety
Paypal