JANEIRO 2018
VERTIGENS
Dra. Cláudia Pereira
Farmacêutica na Farmácia do Caniço
claudia.pereira@farmaciadocanico.pt

As vertigens correspondem a uma ilusão de movimento, com sensação de deslocação dos objetos circundantes em relação ao indivíduo ou vice-versa. São na maior parte das vezes rotatórias (o ambiente parece andar à volta) mas também se podem manifestar como uma sensação de deslizamento para um dos lados ou para cima e para baixo.
As vertigens integram-se num conjunto de perturbações ditas vestibulares muito comuns. Estima-se que nos Estados Unidos cerca de 35% da população com idade superior a 40 anos terá tido pelo menos um episódio de doença vestibular.
As vertigens são um tipo particular de tonturas embora a sua distinção nem sempre seja fácil, principalmente nos casos de grande ansiedade ou num contexto de uma doença psiquiátrica.
De um modo geral as vertigens resultam de uma lesão a nível do ouvido interno, nos seus recetores periféricos, nas vias que conduzem as informações recolhidas ou mesmo a nível dos centros do Sistema Nervoso Central, onde se processa esta informação.
Perturbações ao nível da visão e de um tipo especial de sensibilidade existente na pele, ossos, músculos e articulações de todo o corpo podem também dar origem a tonturas cuja distinção das vertigens poderá ser difícil.

Causas das Vertigens
A causa mais comum é a doença do movimento, que pode ocorrer em qualquer indivíduo cujo ouvido interno seja sensível a determinados movimentos, tais como o balanço ou travagens e acelerações bruscas. Estas pessoas podem sentir-se especialmente tontas durante viagens de barco ou carro. Este tipo de vertigens tende a ser mais comum em mulheres e em pessoas idosas. Em certos casos esta condição ocorre após um traumatismo craniano, infeção viral, cirurgia ao ouvido ou após aleitamento prolongado.
São os órgãos do equilíbrio (que possuem ligações nervosas com áreas específicas do cérebro) existentes no ouvido interno que detetam a postura e controlam o equilíbrio.
O labirinto do ouvido interno contém pequenos órgãos que enviam mensagens ao cérebro em resposta à gravidade e que permitem manter o equilíbrio.
A vertigem pode ser causada por distúrbios do ouvido, dos nervos que ligam o ouvido ao cérebro ou mesmo do próprio cérebro. Pode também estar relacionada com problemas visuais ou com alterações abruptas da tensão arterial.
A mudança de graduação de lentes dos óculos pode ser suficiente para originar tonturas. Uma arritmia cardíaca, uma hipoglicemia , uma descida brusca da tensão arterial ou a ansiedade, que leva a constantes inspirações profundas podem causar episódios de síncopes que se confundem com vertigens.
A doença de Menière causa crises pontuais e agudas de vertigem, junto com zumbidos nos ouvidos e progressivamente surdez.
As vertigens podem ser causadas por infeções bacterianas ou virais, tumores, inflamação de nervosos ou substâncias tóxicas que afetem as estruturas referidas.
A nível cerebral, as vertigens podem ocorrer no contexto das enxaquecas, após um acidente vascular cerebral, na sequência de episódios temporários de isquémias ou na esclerose múltipla.

Manifestações da Vertigem
As vertigens podem acompanhar-se de tonturas, de uma sensação de leveza na cabeça ou de desmaio, perda de equilíbrio ou instabilidade.
A duração dos episódios pode variar entre minutos a horas e, normalmente são acompanhados por náuseas e vómito intensos.
Quando a causa se deve um distúrbio neurológico cerebral e não a um problema do ouvido os sinais passam de um modo geral por cefaleias, a fala arrastada, a visão dupla, a fraqueza de um dos membros superiores ou inferiores e os movimentos descoordenados.
Pessoas idosas ou aquelas que utilizam medicamentos para doenças cardíacas ou para a hipertensão arterial podem apresentar tonturas ou desmaiar quando se levantam bruscamente, decorrente de uma descida momentânea de tensão arterial (hipotensão ortostática). Tem a duração de alguns segundos podendo ser evitado ao aconselhar o indivíduo a levantar-se mais lentamente ou com a utilização de meias compressivas.

Como se trata a vertigem?
Alguns casos não precisam de tratamento, desaparecem de modo espontâneo. Noutros casos existem determinadas manobras que podem ser executadas e que controlam as vertigens.
Dependendo da causa existem outras possibilidades de tratamento, como os fármacos anti-inflamatorios, anti-eméticos (caso existam vómitos significativos) ou outros.

Como se previne a Vertigem?
Qualquer pessoa pode sentir vertigens e não existe nenhum modo de prevenir um primeiro episódio.
Uma vez que as vertigens causam uma forte sensação de desequilíbrio, é importante evitar situações nas quais possa ocorrer uma queda sempre que se verifica um episódio de vertigem.

Quando procurar um neurologista?
Se os episódios de vertigem são repetidos e foram excluídas as causas de otorrinolaringologia, o doente deve procurar a opinião de um neurologista que procederá a uma investigação de potenciais causas de origem central, tais como lesões vasculares, tutorais, inflamatórias, entre outras.


Como se diagnostica a Vertigem?
Existem diversos exames que podem ser realizados para a orientação do diagnóstico e que podem focar-se sobre o sistema auditivo ou sobre o sistema nervoso.
O diagnóstico passa pela história clínica e pelo exame médico. A ressonância magnética ou a tomografia computarias são normalmente necessárias.


 


seara.com
 
2009 - Farm´cia Caniço
Verified by visa
Saphety
Paypal