DEZEMBRO 2017
VIH/SIDA: DURANTE 10 ANOS A INFEçãO PODE SER SILENCIOSA E NãO APRESENTAR SINTOMAS, ALERTA MéDICO
Portugal registou quase três novos casos de VIH por dia no ano passado, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado este mês. O número representa, no entanto, uma descida no número de novos diagnósticos de 13,6% em relação a 2015 e de 35% face a 2013. Falámos sobre esta epidemia com Jorge Velez, médico especialista em Infectiologia no Centro Hospitalar do Baixo Vouga.
O que tem contribuído para a diminuição dos novos diagnósticos de VIH/Sida em Portugal? 
Tal deve-se, muito provavelmente, a um misto de situações: A uma mudança, médica, no modelo de tratamento, pois atualmente todos os doentes devem realizar terapêutica, ao contrário do que era preconizado há alguns anos atrás. Deste modo, estando a doença controlada, a sua transmissibilidade diminui drasticamente. Depois, houve uma viragem no estilo de consumo de drogas, tendo a utilização de drogas endovenosas caído em desuso relativamente ao uso de drogas sintéticas, utilizadas por outras vias, pelo que o risco de transmissão inerente à via sanguínea é muito mais baixo. Aliás, esta categoria de transmissão foi a que mais caiu em termos absolutos e relativos nos últimos anos. Por outro lado, deve-se à maior acessibilidade logística (como a disponibilidade de testes rápidos nos cuidados de saúde primários) e maior sensibilização por parte dos médicos, para que os doentes sejam testados e diagnosticados mais precocemente.
Mas existe o risco de o número de novos diagnósticos voltar a aumentar?
Se por novos diagnósticos se entenda um aumento real na transmissão, não sendo um cenário impossível, a tendência evolutiva atual parece contrariar essa possibilidade. Se, pelo contrário, se considerarmos um novo diagnóstico no sentido mais estrito, seria possível que um esforço conjunto para testar toda – ou a maior parte – da população de forma sistemática, pudesse levar a um incrementar dos novos casos, mas aí à custa dos casos, já pré-existentes, que certamente ainda estão por diagnosticar.
Existe algum grupo da população em que esse número de diagnósticos aumentou especificamente?
Em termos numéricos absolutos, apenas no grupo dos HSH (homens que têm, ou tiveram, sexo com homens) se tem notado uma tendência para, nos últimos anos, o número de novos casos ser relativamente estável. Isto ao invés dos outros grupos onde a tendência decrescente é notória. Já em termos proporcionais (percentagem de casos do total), e pelo referido anteriormente, é também este grupo o único que apresenta uma tendência de subida.
Quais são os principais sintomas do VIH/Sida?
A sintomatologia pode surgir, basicamente, em duas ocasiões: na altura da transmissão inicial, em que a aquisição da doença pode causar um quadro semelhante a uma infeção vírica inespecífica (com febre, dor de cabeça, dor de garganta, erupções na pele), sendo quase sempre indistinguível de uma patologia banal. No entanto, na maioria dos casos esta fase da doença ocorre sem quaisquer sintomas e, quando acontecem, duram não mais de uma a duas semanas.
Ou na doença avançada, onde podem surgir queixas, naturalmente variáveis, consoante alguma infeção ou tumor oportunistas relacionados com o VIH ou, tão simplesmente, quadros mais vagos mas persistentes de emagrecimento, febre, alterações cognitivas ou aumento dos gânglios linfáticos, por exemplo.

FONTE: SAPO Lifestyle - Nuno de Noronha

 


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