DEZEMBRO 2017
PSORíASE
Dr. João Marques
Farmacêutico da Farmácia do Caniço
joao.marques@farmaciadocanico.pt

Afetando cerca de 2% da população mundial, a psoríase é uma doença inflamatória crónica de pele, comum, com um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e, no entanto, relativamente pouco conhecida da população em geral. Não sendo contagiosa, pode causar embaraço e prejudicar a autoestima do paciente e, em certas formas mais graves, pode provocar dores e alterações articulares e o desenvolvimento de outras complicações.

A doença, de gravidade e evolução muito variáveis, está classificada em diferentes tipos, segundo o seu aspecto clínico, sendo o mais frequente a psoríase vulgar, também designada por psoríase em placas. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas vermelhas de contornos nítidos, ligeiramente elevadas, espessas e descamativas na pele acompanhadas ou não de prurido (comichão) variável. Podem surgir em qualquer parte do corpo e em qualquer idade, mas as áreas mais afectadas são normalmente o couro cabeludo, os cotovelos, os joelhos, a parte inferior das costas e as unhas e com maior frequência as primeiras manifestações surgem antes dos 30 ou entre os 50 e os 60 anos.

As manchas apresentam-se caracteristicamente cobertas com escamas brancas ou prateadas, já que resultam da inflamação e excessiva proliferação das células da camada mais superficial da pele, produzidas a uma velocidade dez vezes superior à normal, mantendo-se o ritmo da descamação. Estas escamas não devem ser removidas mecanicamente, mas quando tal acontece é possível observar pequenos pontos vermelhos (sinais de Auspitz) resultantes da inflamação dos capilares subjacentes.

Não é conhecida a exata causa da psoríase, mas sabe-se que esta inclui alterações no sistema imunitário e é geneticamente determinada, tendo os familiares de portadores da doença uma maior probabilidade de a apresentarem. Quanto à evolução da doença, esta ocorre de forma inconstante e intermitente, alternando períodos de agudização e de remissão com durações variáveis de indivíduo para indivíduo. Há, no entanto, fatores relacionados com o desencadeamento ou agravamento dos episódios agudos: algumas infeções respiratórias, agressões químicas ou físicas da pele (como queimaduras solares), climas frios e secos, situações de stress e a utilização de alguns medicamentos.

Apesar de não haver uma cura, existem várias abordagens terapêuticas que permitem controlar os sintomas e que são criteriosamente selecionados e associados para cada doente e fase de evolução da doença específicos. São tratamentos tópicos (locais) usuais os cremes, pomadas e loções emolientes e queratolíticos, que reduzem a secura da pele e o prurido, controlam a descamação e complementam os restantes tratamentos; os corticosteroides tópicos, de diferentes potências para as diferentes situações; os análogos da vitamina D, o ditranol e o alcatrão (coaltar). Em casos mais graves ou resistentes podem ser utilizados sistemicamente: Retinoides, Metotrexato, Ciclosporina e Medicamentos Biológicos, os últimos atuando diretamente no sistema imunitário. Também a Helioterapia e a Fototerapia podem ser utilizadas no tratamento da psoríase, uma vez que a exposição moderada e regular a radiação ultravioleta induz a melhoria na maioria dos casos.

A psoríase requer sempre diagnóstico e seguimento médico, devendo o paciente cumprir o tratamento prescrito e as indicações recebidas para reduzir eventuais efeitos secundários ou o agravamento da própria doença, no entanto, há recomendações práticas que podem contribuir para o controlo das suas manifestações e para evitar a sua agudização. Trata-se de cuidados básicos como a adoção de estilos de vida saudáveis (prática regular de exercício físico, manter uma alimentação saudável, evitar o consumo de tabaco e álcool e praticar uma exposição solar moderada) ou a utilização diária de produtos tópicos emolientes, hidratantes e queratolíticos, essenciais para o tratamento e “estabilização” da psoríase.

Os agentes queratolíticos, como o Ácido Salicílico, a Ureia ou os Alfa-hidroxi-ácidos, são de grande utilidade no controlo da descamação, reduzindo a espessura das escamas psoriáticas. Os emolientes e os hidratantes são sempre importantes, pois, ao aumentarem a hidratação do estrato córneo e reduzirem a sua perda de água por evaporação, mantêm-no flexível, reduzindo o prurido e as escamas superficiais. Por este motivo a sua utilização deve ser continuada durante todas as situações, quer de crise quer de remissão, pois a pele seca acompanha sempre a psoríase.

Lembre-se que pode contar sempre com os esclarecimentos necessários do seu farmacêutico sobre estes cuidados.

Trata-se de cuidados básicos como a adoção de estilos de vida saudáveis (prática regular de exercício físico, manter uma alimentação saudável, evitar o consumo de tabaco e álcool e praticar uma exposição solar moderada) ou a utilização diária de produtos tópicos emolientes, hidratantes e queratolíticos, essenciais para o tratamento e “estabilização” da psoríase.


 


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