NOVEMBRO 2017
PERIGOS ORAIS NA CRIANçA
Dra. Joana Caetano 
Médica Dentista Generalista
joanactndentista@gmail.com

A criança é um ser humano que está em constante desenvolvimento e crescimento. É preciso estar atento às alterações orais que ocorrem durante a fase de infância e adolescência de forma a evitar desarmonias a nível oral que têm repercussões na saúde em geral.
Dentro dos perigos orais encontra-se um maior destaque para a cárie dentária que afeta cerca de 90% da população. A cárie dentária é uma doença infectocontagiosa e é provocada por bactérias. Uma boa e regular escovagem assim como hábitos alimentares saudáveis ajudam a diminuir a incidência da doença cárie na criança.
Durante o período de gestação ocorre um turbilhão de transformações na mamã. A gestante necessita de estar atenta a todas as alterações ocorridas durante este período nomeadamente a nível oral. No período de gravidez existe um agravamento das condições orais devido a variações hormonais que levam por sua vez a uma maior predisposição da grávida à gengivite (inflamação da gengiva) que se não for devidamente tratada torna-se prejudicial para o bebé. É necessário a gestante redobrar os cuidados orais como fazer limpezas recorrentes no dentista, uma higiene oral diária, evitar alimentos açucarados e maus hábitos como fumar e beber. Uma infeção oral é mais prejudicial para o bebé do que o tratamento dentário. É aconselhado realizar uma consulta de Medicina Dentária antes da gravidez e as consultas durante a gestação devem ser realizadas no 2ºtrimestre de gravidez.
Outro perigo oral menos referido é o “açúcar escondido” que se encontra no leite materno. Apesar deste açúcar que se designa de lactose seja essencial e imprescindível para o correto desenvolvimento do bebé ele também tem algum carácter cariogénico pelo que é importante realizar cuidados preventivos tais como higienizar a boca do bebé com uma gaze humedecida em água ou soro fisiológico ou através de uma dedeira esterilizável após a amamentação sendo o período mais aconselhado depois da amamentação noturna.
Durante a fase de crescimento do bebé, mais precisamente por volta dos dois anos de idade é feita a transição de alimentos menos consistentes como as papas e o leite para alimentos mais consistentes como fruta, peixe carne entre outros. Esta introdução dos novos alimentos mais sólidos é muito importante pois estimula o correto crescimento dos maxilares permitindo uma boa harmonia das arcadas dentárias e desta forma diminui a probabilidade da criança ter dentes apinhados e consecutivamente uma maior predisposição à doença cárie. 
O uso da chupeta, dedo ou biberão também representa um perigo oral muito comum. O hábito prolongado do uso dos elementos referidos anteriormente leva a desarmonias orais como mordida aberta a nível dos dentes ântero-superiores que também se apresentam projetados para a frente ficando com o aspeto dos “dentinhos à coelho”, a mandíbula fica retraída e o palato sofre um aprofundamento na boca do bebé/criança. É fulcral cessar o uso do biberão quando a criança completar 1 ano. Quanto ao uso da chupeta ou do dedo este deve ser abandonado até cerca dos 3 anos de idade. É dada preferência ao uso de chupetas ortodônticas uma vez que elas são anatomicamente mais similares ao interior da cavidade oral do bebé/criança possibilitando um correto desenvolvimento oral, contudo o uso das mesmas também deve ser terminado aos 3 anos de idade tais como o uso das chupetas tradicionais.
Em suma, os cuidados de saúde oral infantil devem ser vistos como a base para uma educação preventiva que proporcione as condições normais para um ótimo crescimento, desenvolvimento e funcionamento da criança.  

“Uma infeção oral é mais prejudicial para o bebé do que o tratamento dentário. É aconselhado realizar uma consulta de Medicina Dentária antes da gravidez e as consultas durante a gestação devem ser realizadas no 2ºtrimestre de gravidez”


 


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