OUTUBRO 2017
A OBESIDADE NOS NOSSOS ANIMAIS DE COMPANHIA
Dra. Cristina Henriques
Médica Veterinária
cristinarfh@hotmail.com

A obesidade canina e felina é um problema cada vez mais frequente, mas nem todos os detentores de animais o reconhecem. A obesidade é definida como o excesso de massa gorda corporal ou o excesso de peso. Um animal com a sua condição corporal normal apresenta uma silhueta bem definida, não evidencia almofadas de gordura generalizada e à palpação não se distingue facilmente as estruturas ósseas da coluna, bacia e costelas.
O tipo de alimentação e a quantidade diária oferecida são a principal causa de obesidade. O estilo de vida atual, mais sedentário, assim como a castração, são fatores predisponentes para o excesso de peso. A idade é outro fator que deveremos ter em consideração, na medida em que as necessidades metabólicas são diferentes nas várias etapas (pediátrica, adulta e geriátrica). A genética poderá também influenciar, dado que algumas raças são mais predispostas à obesidade, tais como Labradores, Basset Hounds, Teckles e Beagles. 
Se um animal apresenta excesso de peso, aconselho a visita regular ao médico veterinário de forma a pesá-lo, escolher a alimentação mais adequada e estabelecer um plano alimentar e de exercício para diminuir o peso. A primeira visita à clínica é importante, na medida em que se aconselha exames complementares para despiste de algumas patologias que possam causar só por si obesidade, tais como o hipotiroidismo e o hiperadrenocorticismo caninos, ou identificar consequências da obesidade, nomeadamente diabetes melitos felino ou cardiomiopatias, doenças respiratórias, dermatológicas, reprodutoras (distocia) e articulares (em cães e gatos). Os gatos obesos têm uma agravante que se chama lipidose hepática, ou mais conhecida como o “fígado gordo”. Se estes, por qualquer motivo, diminuírem a ingestão de alimento ou perderem peso muito rapidamente, ocorre uma serie de eventos catabólicas no seu organismo que conduz à lipidose hepatica, podendo esta ser fatal. Os felinos obesos têm também uma maior predisposição em desenvolver o FUS (Síndrome Urinário Felino), uma doença do trato urinário inferior muito comum nesta espécie.
Os tutores podem prevenir a obesidade dos seus animais oferecendo uma alimentação de qualidade adequada à idade, estado (castrado ou não) e porte do animal (raças mini vs raças gigantes). Nunca deverão exceder a quantidade de ração diária recomendada e controlar os biscoitos ou guloseimas oferecidas como recompensas (optar por aqueles que tenham menos calorias). O exercício que se pode traduzir em caminhadas ou brincadeiras pode ajudar controlar o peso.
Outra espécie afetada pela obesidade são os coelhos. Erros de maneio alimentar conduzem ao excesso de peso e consequentemente, estes animais não conseguem realizar a cecotrofia (ingestão dos cecotrofos que se encontram na zona perianal) nem o grooming (higiene do pêlo). Isto leva ao desenvolvimento de dermatites exuberantes e até mesmo à presença de míases (larvas). A alimentação correta pode evitar estas situações, ou seja, promover o acesso de feno ad libitum (sempre disponível), oferecer sempre fruta e legumes (mas em pequenas quantidades) e controlar a ingestão de ração (apena trinta minutos de manhã e à noite).


 


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