SETEMBRO 2017
FATORES DE RISCO E DE PROTEçãO PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO
Dra. Carolina Martins
Mestre em Psicologia Social e das Organizações
carolinavrm89@gmail.com

A preocupação e investigação científica sobre a temática do bem-estar e saúde no trabalho remontam à década de 50. Esta preocupação torna-se cada vez mais pertinente e assumida, uma vez que os humanos em fase adulta despendem grande parte do seu tempo no local de trabalho. O trabalho providencia benefícios financeiros, entre outros aspetos positivos, contudo pode também comtemplar alguns riscos para a saúde (física e mental) e bem-estar de quem está no ativo. O ritmo cada vez mais elevado de trabalho e as rotinas a velocidades astronómicas abarcam desgaste emocional, físico e psicológico para a saúde dos adultos trabalhadores.
Dados científicos indicam que a maioria dos adultos enfrentam uma variedade de riscos relacionados com os mais diversos fatores – riscos psicossociais no trabalho. 
Os Riscos Psicossociais Relacionados com o Trabalho podem ser definidos como “aspetos da estrutura e gestão do trabalho e do seu contexto social e organizacional que podem potencialmente causar dano psicológico ou físico” ao trabalhador.
A exposição aos riscos psicossociais pode trazer consequências para a sociedade, organizações e indivíduos, contudo as principais consequências são individuais e organizacionais, em termos de saúde para os primeiros e em termos económicos para os segundos. As consequências para os indivíduos podem ocorrer a nível fisiológico e psicológico. Em termos fisiológicos podem ocorrer doenças cardiovasculares, transtornos músculo-esqueléticos, entre outros. A nível psicológico podem surgir problemas como agressividade, cansaço, irritabilidade, insónias, dificuldade de concentração, angústia, entre outros. No que concerne às consequências organizacionais, um crescente número de provas empíricas tem demonstrado que o ambiente de trabalho psicossocial tem influência direta e indireta nos índices de saúde organizacionais, tais como, absentismo, ausência por doença, impacto negativo na produtividade, insatisfação com o trabalho e intenção de deixar a organização. Podem haver também outras consequências a nível organizacional, tais como os níveis de desmotivação dos trabalhadores, alta rotatividade, deterioração da imagem institucional, custos diretos e indiretos, mau ambiente psicológico e até agressões.
Como não poderia deixar de ser, existe o reverso da moeda: os Fatores Protetores ou Recursos do Trabalho. Os recursos do trabalho referem-se aos “aspetos físicos, psicológicos, sociais ou organizacionais do trabalho, que sejam funcionais no cumprimento dos objetivos do trabalho, que reduzam as exigências do trabalho e os custos físicos e psicológicos associados, e que estimulem o crescimento pessoal, a aprendizagem e o desenvolvimento” do trabalhador. Estes recursos podem ser intrínsecos ao trabalhador (a autoavaliação, a capacidade de ultrapassar obstáculos, a saúde física, o capital psicológico) ou extrínsecos ao trabalhador (suporte familiar, suporte de amigos, suporte de superiores, suporte de colegas, feedback, suporte organizacional, controlo, autonomia).
Centrando-nos na progressão da carreira, um dos fatores de risco psicossocial no trabalho é a estagnação da mesma. A estagnação da carreira vem carregada de incertezas, de angústia, de dúvida, de desilusão e muita desmotivação, provocando no indivíduo a diminuição do bem-estar e o aumento do stress laboral. 

Como gerir uma carreira está estagnada? 
A estagnação da carreira pode ser experienciada e superada de diversas formas. Não é uma situação agradável, todavia não é “o fim do caminho”. Os fatores protetores, sejam eles intrínsecos ou extrínsecos ao trabalhador, certamente ajudarão a ultrapassar esta situação. Cabe ao indivíduo fazer uma avaliação da sua carreira, o que pode passar pela redefinição de objetivos e metas profissionais. É importante delinear um plano de ação, na mesma empresa ou rumo a um novo desafio.


 


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