AGOSTO 2017
Só EU COMPREENDO O QUE O MEU FILHO DIZ…
Dra. Miliza Mendes
Terapeuta da Fala 
milizamendes@gmail.com

Os pais e os restantes parentes mais próximos são normalmente os que melhor conhecem a criança desde o início do seu crescimento. À medida que a criança se desenvolve, a sua capacidade de comunicar vai evoluindo, destacando-se a intenção comunicativa, que está muitas vezes ligada à parte não-verbal como o apontar, o olhar ou o gesto do pedir e posteriormente o aparecimento dos sons da fala. Mais tarde, ao ganhar um maior domínio do funcionamento da sua boca, da sua voz, e da compreensão, a criança começa a associar as suas necessidades básicas e os seus interesses a palavras, como “não”, “dá”, “papa”, “água”, “mamã”, “papá”, “gato” etc. É aqui que nasce a fala, e a sua capacidade de expressão através desta. Numa primeira fase é natural que a família mais próxima esteja mais familiarizada com a fala da criança. Esta normalmente compreende tudo o que ela diz, e sabe ao que se refere, mesmo quando as palavras não estão adequadamente pronunciadas. A dificuldade aumenta quando a criança passa para o patamar da frase (por volta dos 2 anos) e a fala fica mais “confusa” e menos percetível. Outra situação pode ocorrer quando a criança apresenta pouco vocabulário e usa um pequeno número de palavras (por volta dos 2 anos) recorrendo muitas vezes ao gesto ou ao apontar, para se expressar. A nossa preocupação com estas crianças é: ainda que sejam entendidas em contexto familiar, será que estas têm capacidade expressiva para comunicarem fora dele? É importante ter em conta que uma criança com dificuldades na expressão oral (transmitir através da fala a sua necessidade) não precisa de ter a compreensão condicionada, temos apenas que considerar que contextos conhecidos pela criança já estão dominados pelas suas rotinas diárias, dai que ela muitas vezes saiba a resposta. Muitas outras vezes ainda condicionamos a resposta porque indiretamente usamos pistas em que a criança se apoia, como o apontar ou o olhar para o objeto, quando queremos que ela vá buscar algo. A mesma coisa acontece na fala quando facilitamos a interação da criança ao deduzirmos o que ela precisa ou procura. Entre os 2 e os 3 anos de idade a criança deve produzir um alargado vocabulário, ainda que este possa não ser pronunciado de forma perfeita, produzir frases de 2 a 3 palavras, utilizar o pronome “eu”, conseguir formular questões simples e a sua fala deve ser quase totalmente inteligível para familiares e cerca de 50% para estranhos. É principalmente devido a esta última questão que muitas vezes as crianças são primeiramente “sinalizadas” por pessoas menos próximas a esta. Se muitas vezes sente que só você compreende o que o seu filho diz, não fique na dúvida. O Terapeuta da Fala é o profissional adequado para avaliar e traçar o perfil linguístico da sua criança, além de que este terá sempre em conta que cada caso é um caso, e que cada criança tem as suas particularidades. 

“Entre os 2 e os 3 anos de idade a criança deve produzir um alargado vocabulário, ainda que este possa não ser pronunciado de forma perfeita, produzir frases de 2 a 3 palavras, utilizar o pronome “eu”, conseguir formular questões simples e a sua fala deve ser quase totalmente inteligível para familiares e cerca de 50% para estranhos”


 


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