FEVEREIRO 2017
EXERCíCIO PARA DOENTES ONCOLóGICOS
Dr. Fábio Teixeira
Professor de Educação Física 
Formação específica na prescrição de exercício em população com cancro
teixeirafabio2013@gmail.com

Nos dias de hoje, passamos a vida numa correria tão desenfreada para alcançar uma carreira e uma vida de sonho, que descoramos a nossa saúde. Deixamos de ter hábitos de vida saudáveis, ou simplesmente de fazer rastreios que nos podem salvar a vida.
Este estilo de vida que comummente levamos, promove o aparecimento, cada vez mais frequente, de doenças que nos alteram hábitos e enfraquecem física e psicologicamente. Falamos de doenças como a diabetes, hipertensão arterial, as cardiovasculares, ou mesmo doenças oncológicas.
O Cancro define-se por uma anormal proliferação de células, realizada sem que o nosso organismo necessite. Assim, as células “velhas” não morrem, formando um conjunto de células extra, o tumor. A incidência do cancro em Portugal tem vindo a aumentar, e segundo a Eurostat, 1 em cada 4 pessoas morre da doença, sendo o Cancro da mama aquele que mais se manifesta. 
O exercício físico, quando prescrito pelo médico, e acompanhado de forma responsável, específica e personalizada por um profissional da área desportiva segundo uma frequência, intensidade e duração adequadas, poderá ser uma mais valia para os doentes oncológicos. Este irá ajudar a atenuar a fadiga associada ao cancro, proporcionar um incremento nas capacidades físicas e musculares, reduzir as náuseas, melhorar a autoestima, bem como o equilíbrio, permitindo aumentar a expetativa de vida.
Para cada tipo de cancro e para cada paciente será crucial o desenvolvimento de exercícios específicos e adequados a cada situação. De uma forma mais especifica ao que respeita aos doentes oncológicos com cancro da mama, a prescrição de exercício deverá ser realizada tendo em conta a fase em que a pessoa se encontra, de forma a que, as intensidades e duração do trabalho, estejam em concordância com as necessidades e os efeitos secundários de cada fase de tratamento.
A Bibliografia defende que, ao exercício físico moderado, adaptado e supervisionado, se encontra aposta uma diminuição entre 20% a 40% da fadiga e dor associados ao tratamento do cancro da mama em mulheres. Tal facto, irá diminuir, em 30%, o risco de mortalidade, aumentado a qualidade de vida da doente oncológica.
Desta forma, fará todo o sentido ver o exercício físico como bem mais que uma simples terapêutica para o cancro, mas sim como um efeito preponderante na sobrevivência, surgindo como uma terapêutica adjuvante determinante, que otimiza o sucesso do tratamento, sempre que metodologicamente bem preparado por um profissional desportivo. Não se trata só de vida, mas sim da qualidade de vida, onde viver é o caminho e não apenas sobreviver. 

Exercício e Reconstrução (T.R.A.M)
O exercício deve ser iniciado ao 3º mês, através de um trabalho aeróbio na bicicleta, reforço dos músculos flexores da coxa e dos músculos posturais. Os exercícios de abdominais são iniciados apenas ao 6º mês, mas apenas com contrações isométricas.

Exercício e Reconstrução (Dorsal)
A prática pode ser iniciada ao 2º mês, através de trabalho aeróbio na bicicleta, e trabalho que vise melhorar a amplitude do ombro. Apenas no 3º mês deve ser realizado o trabalho de resistência dorsal e peitoral.

Exercício durante a quimioterapia 
Durante a quimioterapia o trabalho aeróbio deve contemplar um aquecimento de 10’ (E.Borg 10-.12) e um exercício alternando, 3´ (Borg 15-16) mais 2’ (Borg 12); o treino de força e resistência deverá ser realizado 3 a 5 vezes por semana, alternado em 30´´ de trabalho (Borg 16-17) e 30´´ de descanso.

Exercício durante a Radioterapia
Nesta fase, devem ser evitados os exercícios de carga nos braços, trabalhando preferencialmente a mobilização, e iniciando a carga nos braços após o término dos tratamentos. 

Exercício durante tratamento hormonal
Na fase sobredita, devem ser realizados exercícios de resistência, de força e, progressivamente, exercícios de resistência muscular dos membros superiores, privilegiando a flexão e extensão do cotovelo, bem como, a abdução e adução do braço. 



 


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