FEVEREIRO 2017
CANCRO DA MAMA é O MAIS COMUM
Dra. Sara Freitas
Núcleo Regional da Madeira
Liga Portuguesa Contra o Cancro
pelavida.nrm@ligacontracancro.pt

No próximo dia 4 de Fevereiro assinala-se o Dia Mundial do Cancro. Um dia para parar e pensar nesta doença que a muitas famílias atinge. Por isso tentamos perceber a realidade do Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro. 

- Com quantas pessoas/ doentes de cancro é que o Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro trabalha diariamente?
O Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRM-LPCC) trabalha diariamente com uma média de 15 a 20 utentes nas diferentes áreas de atendimento disponibilizadas pelos seus serviços, atendimento personalizado, apoio social, psicologia e outras atividades. Este número aumenta nos dias de convívios e atividades semanais, como biodanza, arteterapia, ocupação de tempos livres, zumba, grupos de entre ajuda, etc. O NRM-LPCC além da sua sede no Funchal, dispõe de mais quatro delegações, em Santana, Machico, Ribeira Brava e Porto Santo, além destas delegações tem uma Casa da Liga situada na entrada do Hospital Dr. Nélio de Mendonça, onde diariamente está presente um grupo de voluntários que dá apoio aos doentes oncológicos e suas famílias. Além do apoio prestado na Casa da Liga, existe outro grupo de voluntários no hospital de dia, que além do apoio emocional prestado neste local, fazem a visita aos internamentos. Uma vez por semana as voluntárias do Movimento Vencer e Viver encontram-se no 3 piso na Patologia Mamária para o seu suporte a estas mulheres e o seu testemunho. Desde 2016, o NRM-LPCC oferece um voucher a todas as mulheres matectomizadas para receberem um kit composto por uma prótese mamária e dois soutiens e aos doentes ostomizados um kit, composto por vários materiais essenciais após a sua cirurgia. 

- Qual é a situação mais comum que encontram: Pessoas a quem foram detetadas cancro, pessoas em recuperação ou as famílias a precisam de apoio? 
Os utentes que nos procuram variam igualmente entre as diferentes fases da doença, antes do diagnóstico para tirar dúvidas sobre as fases que se seguem, no diagnóstico, na fase de choque, durante os tratamentos, principalmente na procura de próteses capilares, lenços, turbantes, próteses mamárias provisórias, e na fase de sobrevida para enfrentar novamente a integração no seu dia-a-dia e encontrar os produtos necessários como próteses mamárias, sutiãs, fatos de banho adaptados, escovilhões, filtros, etc. Em todas estas fases o NRM-LPCC dispõe de apoio psicológico para os utentes, seus familiares e/ou cuidadores e para técnicos de saúde e Apoio Social, este serviço visa apoiar o doente oncológico na resolução de problemas originados pela doença, em situação de dificuldade ou emergência social.

- Qual é o tipo de cancro mais comum nos madeirenses? Sabem-se as razões dessa ‘tendência’? 
O tipo de cancro que surge com maior frequência nas instalações do NRM-LPCC é o cancro de mama, possivelmente devido à disponibilização de um maior número de produtos e apoios a estes utentes. Desde 2016, o NRM-LPCC começou por oferecer uma prótese mamária e dois sutiãs a cada doente após a sua mastectomia, além deste apoio existe um grupo de entreajuda, Movimento Vencer e Viver, dirigido a todas as mulheres, familiares e amigos desde o momento em que é diagnosticado cancro da mama, que se reúnem semanalmente para convívios, palestras e testemunhos. Este grupo é orientado com uma coordenadora sobrevivente de cancro de mama, devido à sua sensibilidade com todas as questões partilhadas por estas mulheres, capacidade de dar o seu testemunho e orientá-las durante o seu percurso.

- É possível ter-se a doença e levar uma vida normal?
É possível levar uma vida normal após a sobrevivência a esta doença, sendo o número de sobreviventes cada vez maior, existe uma aposta por parte do NRM-LPCC na criação de grupos de apoio dirigidos por sobreviventes que dão o seu testemunho e mostram que é possível viver e manter as suas atividades, com as devidas adaptações às suas novas necessidades, dando esperança e força aos doentes que foram recentemente diagnosticados.

- Com a maior divulgação/ informação sobre o cancro, como reagem atualmente os doentes e as suas famílias a este tipo de notícia?
Apesar da maior divulgação de informações sobre o cancro, a reação a esta notícia é normalmente acompanhada de dor e choque pelos utentes e suas famílias. A informação está cada vez mais disponível, no entanto, a população só a procura quando necessita, evitando o contacto com palestras e informações relacionadas com a mesma, ainda existe um grande estigma de morte associado a esta doença. Ainda surgem muitos utentes que detetam o cancro em fases avançadas pelo seu medo em descobrir o que têm, apesar do trabalho diário do NRM-LPCC na prevenção e sensibilização para os sinais precoces desta doença, o medo leva a um evitamento da procura precoce dos serviços médicos para detetar e iniciar os tratamentos e fazer face à doença.

- Em termos de apoio, têm tudo o que necessitam ou têm alguma reivindicação a fazer?
O NRM-LPCC tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos, aumentando a procura dos seus serviços. Para fazer face a este crescimento faz cada vez mais falta uma sede com mais condições físicas para um apoio mais efectivo e digno.


 


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