OUTUBRO 2016
OS DIABETES E O EXERCíCIO FíSICO

Cíntia França
Professora e Personal Trainer no IFL
cintiarnf@gmail.com


O que é a Diabetes? A Diabetes caracteriza-se pela existência de uma hiperglicemia crónica resultante de deficiências na secreção da insulina e/ou na sua ação, originando distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas.
A Diabetes pode ser categorizada através do tipo 1 e do tipo 2, sendo o último aquele que mais afeta a população.

A Diabetes em Portugal: factos
Segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional de Diabetes, em 2014 a prevalência estimada desta doença em idades compreendidas entre os 20 e os 79 (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,1%, ou seja, cerca de 1 milhão de portugueses enquadrados nesta faixa etária são afetados pela Diabetes. Em relação a esta percentagem de incidência, importa ainda referir que apenas 7,4% da população foi diagnosticada.
Observa-se uma correlação positiva entre a diabetes e o envelhecimento, estimando-se que mais de um quarto dos indivíduos entre os 60 e os 79 anos são afetados pela diabetes. O envelhecimento associa-se à diminuição da força e da massa muscular sendo que estes fatores podem influenciar o metabolismo glicémico. 

Diabetes e atividade física: existe uma relação?
A influência da prática de atividade física na saúde e bem-estar geral do indivíduo é uma temática relevante na atualidade, observando-se gradualmente o aumento da consciencialização da população para a adoção e manutenção de um estilo de vida ativo.
É possível estabelecer-se uma relação entre a atividade física e a Diabetes, solidificada pelo facto de se verificar que cerca de 90% da população diabética apresenta excesso de peso (49,2) ou obesidade (39,6%). A prevalência da Diabetes em indivíduos obesos (IMC> =30) é cerca de quatro vezes maior do que nos indivíduos com IMC normal (IMC <25).
Vários estudos realizados demonstram que mudanças no estilo de vida são eficazes no combate às doenças associadas à inatividade física e na prevenção da Diabetes, sobretudo do tipo 2. Um dos grandes obstáculos que enfrentamos é a transformação destes dados científicos em alterações comportamentais nos indivíduos. O sedentarismo é normalmente associado à escassez de tempo ou de motivação para participar regularmente em programas de exercício. As consequências desta realidade retratam-se não só na população adulta afetada por Diabetes como também em crianças e jovens cujo excesso de peso tem contribuído para o aparecimento precoce desta doença.
A atividade física de intensidade moderada/alta está associada à diminuição, em cerca de 70%, da incidência de diabetes do tipo 2 em relação ao estilo de vida sedentário. Esta prática deve ser regular, traduzindo-se em pelo menos 3 horas semanais, contemplando uma combinação entre o exercício aeróbio e o trabalho de musculação. O estilo de vida ativo contribui para o controlo do peso corporal, auxiliando o indivíduo a se enquadrar na zona saudável de IMC. Os exercícios de musculação são ferramentas cruciais para que a diminuição da força e da massa muscular, fruto do envelhecimento, não sejam tão notórias.
Deste modo, sendo ou não afetado presentemente por esta doença, opte por um estilo de vida ativo! Os benefícios da atividade física transcendem a prevenção de doenças, contribuindo enormemente para um bem-estar geral pelo qual se caracteriza atualmente o conceito de “saúde”.

“A atividade física de intensidade moderada/alta está associada à diminuição, em cerca de 70%, da incidência de diabetes do tipo 2 em relação ao estilo de vida sedentário. Esta prática deve ser regular, traduzindo-se em pelo menos 3 horas semanais, contemplando uma combinação entre o exercício aeróbio e o trabalho de musculação”.



 


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