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A Doença de Alzheimer (DA) foi identificada há mais de 100 anos, no entanto já passaram 70 anos desde que foi reconhecida como a causa mais comum de demência e uma das maiores causas de morte. Apesar de já terem sido feitas muitas descobertas acerca desta doença, muitos aspetos continuam por esclarecer, como por exemplo: quais as alterações biológicas na origem da DA, porque progride mais rapidamente em determinadas pessoas e como podemos prevenir, retardar ou parar a progressão desta doença?

Apesar de existirem fatores de risco que não podem ser mudados, tais como a idade e os antecedentes familiares, existem outros que podem ser modificados de modo a reduzir o risco de declínio cognitivo e demência. Um relatório recente (Alzheimer’s Disease Facts and Figures, 2016), que avaliou o estado da investigação relativamente aos efeitos de fatores de risco modificáveis no declínio cognitivo, concluiu que existem fortes evidências de que a atividade física regular e o controlo de fatores de risco vascular (diabetes, obesidade, tabagismo, hipertensão) reduzem o risco de declínio cognitivo. Hoje sabemos que a saúde do cérebro está relacionada com a saúde do coração e dos vasos sanguíneos. O cérebro é alimentado por uma rede vascular complexa, um coração saudável assegura que a quantidade ideal de sangue circule nos vasos sanguíneos para oxigenar as redes neuronais e permitir que o cérebro funcione corretamente. Assim, fatores que protegem o coração, nomeadamente a atividade física, podem também proteger o cérebro e reduzir o risco de desenvolver DA.

O mesmo relatório concluiu ainda que, existe evidência suficiente para afirmar que uma dieta saudável (baixa em gorduras saturadas) e a estimulação cognitiva ao longo da vida, podem reduzir o risco de declínio cognitivo. Alguns investigadores acreditam que um maior número de anos de escolaridade contribui para a construção de uma “reserva cognitiva” que ajuda as pessoas a compensar as alterações cerebrais que podem levar à DA. De acordo a hipótese da reserva cognitiva, quanto maiores os níveis de aprendizagem, mais complexas são as redes neuronais, o que vai permitir ao cérebro utilizar conexões alternativas na comunicação entre neurónios para resolver uma determinada tarefa cognitiva.

1. Guardar 30 minutos por dia para fazer atividades como:

• jogos de estratégia, puzzles ou palavras cruzadas;

• aprender algo novo, como falar uma nova língua ou tocar um instrumento;

• treinar a memória, memorizando a lista de compras, por exemplo;

• ler livros, revistas ou jornais.

2. Praticar 30 minutos de exercício por dia, 3 a 5 vezes por semana. Algumas atividades físicas recomendadas são jogar ténis, praticar natação, fazer ciclismo, dançar ou praticar jogos de equipa. Além disso, pode introduzir o exercício físico em vários momentos do dia, como subir escadas em vez de ir de elevador, por exemplo.

3. Fazer uma dieta mediterrânea rica em vegetais, peixes e frutas. Algumas dicas de alimentação são:

• Fazer 4 a 6 pequenas refeições por dia, ajudando a manter os níveis de açúcar estáveis;

• Comer peixe rico em ômega 3, como salmão, atum e sardinhas;

• Comer alimentos ricos em selênio, como ovo ou trigo;

• Ingerir todos os dias vegetais com folhas verdes;

• Evitar alimentos ricos em gordura saturada.

4. Manter a tensão arterial controlada. Pacientes com hipertensão devem seguir as indicações do seu médico e fazer, pelo menos, 2 consultas por ano para avaliar a tensão arterial.

5. Dormir 8 horas por noite e gerir o stress. Dormir pelo menos 8 horas por noite ajuda a regular o funcionamento do cérebro, aumentando a capacidade para pensar, guardar informação e resolver problemas, prevenindo o declínio cognitivo. Relativamente ao stress, este produz uma hormona que prejudica o cérebro, o cortisol. A meditação, o yoga, a arte ou a jardinagem são apenas algumas das formas de gerir o stress.