AGOSTO 2016
COMEU E QUER DAR UM MERGULHO?
Dr. Ricardo Oliveira
Nutricionista
nutricardo@gmail.com

“Há mar e mar, há ir e voltar” Esta rima criada por Alexandre O´Neill, ao contrário do que poderão pensar, não é um provérbio de origem popular, mas tornou-se tão popular na década de 80 a partir da campanha de prevenção contra o afogamento nas praias, que ainda hoje é sinónimo que qualquer tipo de aviso. 
É um bom exemplo para quem durante a digestão decide dar um mergulho refrescante. O processo digestivo exige toda a atenção por parte do fluxo sanguíneo. E é aqui que “… a porca torce o rabo”, o volume de sangue ao aparelho digestivo aumenta durante a digestão e deverá ser constante, e para tal, desvia parte desse volume sanguíneo de outras zonas do organismo. No caso de diminuir este fluxo, a digestão é interrompida. 
Assim, se durante o processo digestivo somos expostos a temperaturas baixas, como acontece com um mergulho súbito em que a temperatura da água seja muito inferior à temperatura corporal, ocorre alteração do fluxo sanguíneo. Repare que esta situação agrava-se quando a exposição solar prolongada eleva a temperatura corporal. A resposta do organismo ao choque térmico é imediatamente transportar sangue para a periferia com o objectivo de regular a temperatura corporal. Para piorar a “coisa” as braçadas que um indivíduo exercita, exigem mais sangue aos músculos que nos permitem nadar, assim como nos músculos que se contraem de uma forma involuntária para manter a temperatura corporal. O choque térmico tem ainda uma resposta na vasoconstrição o que condiciona o fluxo de sangue ao aparelho digestivo e ao cérebro, o que leva a uma baixa de pressão arterial repentina e provoca o desmaio ou a sensação de enjoo ou vómito. Em qualquer um dos casos a má disposição pode ser fatal especialmente numa situação aflitiva.
Esta é apenas uma das razões para que os mais afoitos evitem o banho com água fria após uma refeição. Pelo contrário, o banho em água tépida em ambiente de temperatura controlada não apresenta qualquer inconveniente.
Em termos alimentares, o álcool e os alimentos confeccionados com gordura ou processados com gorduras alteradas (pastelaria, gelados, salchicharia, batata fritas, todos os fritos ou guisados com gordura animal) são os principais responsáveis pela resposta agravada do fluxo sanguíneo ao aparelho digestivo e no caso de choque térmico, o álcool pela vasodilatação que provoca.
Os tempos de digestão são variáveis de alimento para alimento ou de acordo com as combinações entre estes, para não falar da resposta individual. De uma forma geral, as refeições apelidadas de “ligeiras” têm tempos de digestão entre 30 minutos e 1 hora e meia, com pouca ou nenhuma gordura, como por exemplo: a fruta natural; os sumos naturais de fruta e/ou vegetais; salada com pouco azeite; salada com peixe e batata; Salada com fruta; Sandes de compota; iogurte natural; frutos secos (figo, ameixa, etc.) e sopas de legumes não enriquecidas com carne. A introdução das carnes ou queijo e o excesso de ovo na refeição atrasa a digestão para 3 a 4 horas. Se optar pela carne, prefira o frango e o peru. Boa digestão, bom Verão.


 


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