AGOSTO 2016
PICADAS DE MOSQUITOS TRATAMENTO OU PREVENçãO?
Dra. Antónia Pereira
Farmacêutica da Farmácia do Caniço
antonia.pereira@farmaciadocanico.pt

Ser ou não ser picado eis a questão! Os dias de férias de verão representam um risco aumentado para se ser picado, pois é no verão que existem mosquitos em maior quantidade. Além disso todos nós estamos mais disponíveis para ser picados, ou porque a nossa roupa é mais curta e fresca, ou os pés que estão descalços nas sandálias, deixando maior superfície corporal descoberta, ou porque estamos mais tempo ao ar livre. Também por procurarmos zonas de lazer mais frescas e húmidas próximas de ribeiros, lagoas, jardins … enfim o paraíso do mosquito, que tem tudo o que precisa para ser feliz, humidade temperatura amena e sangue.
O mosquito tem um ciclo de vida dividido em duas fases, aquática e terrestre. Na primeira, os ovos são sempre depositados pela fêmea em águas paradas, preferencialmente limpas. Em condições ideais de temperatura passam a larvas e finalmente, pupas que eclodem para insetos adultos ao fim de 10 dias. Os ovos podem sobreviver até um ano se o local onde foram depositados ficar seco, se este local receber água os ovos desenvolvem-se e o mosquito conclui o seu ciclo de vida.
Estes insetos alimentam-se basicamente de néctar de plantas. As fêmeas necessitam de sangue para a maturação dos ovos, daí que sejam só as fêmeas as responsáveis pelas tão irritantes picadas.

O que acontece durante uma Picada?
Durante a picada a pele é perfurada e a saliva é injetada na derme. Além de enzimas facilitadoras da picada, a saliva contém sustâncias que funcionam como anestésicos, tornando a picada quase impercetível, permitindo que o inseto se alimente tranquilamente.
A maioria das picadas é apenas incomodativa, mas não podemos esquecer que alguns destes pequenos insetos são vetores de transmissão de doenças. Se um mosquito picar um indivíduo doente ou portador de uma doença, poderá transmitir essa doença a um individuo são. Rapidamente nos lembramos de alguns flagelos a nível mundial como a Malária, o Dengue, o vírus Zika, a Leishmaniose etc.
Os sintomas de uma picada costumam surgir em 20 minutos e podem durar até 24 horas, dor, vermelhidão, comichão inchaço, calor na zona da picada e por vezes pequenas bolhas, são alguns dos sintomas possíveis. As crianças são particularmente sensíveis, uma única picada pode originar várias lesões dando ideia que terá sido picada várias vezes. Estas lesões podem levar até um mês para desaparecerem e alguns indivíduos podem até desenvolver uma reação alérgica grave. 

O que deve fazer se for picado?
Lavar o local da picada com água e sabão, aplicar gelo ou compressas de água fria, para reduzir a dor e a sensação de calor, aplicar um desinfetante a base de cloro-hexidina, em spray, parece ser uma boa escolha uma vez que vai dar uma sensação de maior frescura. Para evitar coçar, aplicar um anti-histamínico tópico, simples ou em associação com outras substâncias que podem ser em forma de géis, pomadas, cremes ou emulsões. Se apresentar sintomas febris, dores de cabeça, musculares e manchas generalizadas pelo corpo, deve dirigir-se a uma consulta de urgência.

O que deve fazer para não ser picado!
Os mosquitos são capazes de reconhecer odores e apresentam predileção por alguns tipos de pessoa em detrimento de outras. São as substâncias presentes no suor e na pele que atraem os mosquitos, também o CO2 da nossa respiração parece ter efeito atrativo. Devemos evitar zonas de águas paradas, não devemos fomentar os criadores, evitando todos os adornos exteriores que o sejam, tais como pratos dos vazos das flores. As piscinas insufláveis devem ser lavadas e despejadas, bebedouros de animais regularmente lavados e desinfetados e usar redes mosquiteiras nas janelas. Ao amanhecer e ao entardecer devemos utilizar roupa de mangas comprida, calças e sapatos fechados, as roupas de cores muito coloridas, brilhantes e largas devem ser evitadas. O uso de repelente é obrigatório nas zonas da pele que ainda assim fica exposta. Deve ser o adequado e as indicações do fabricante quanto a frequência e tipo de utilização devem ser escrupulosamente respeitados. Os repelentes que contem 20-30% de DEET parecem ser os mais eficazes, recomendam-se repelentes com picaridina nas crianças até aos 13 anos. Os que são constituídos a base de produtos naturais como óleo de citronela, cedro, lavanda, pinho e rosmaninho oferecem uma proteção mais curta e menos eficaz. Durante a exposição solar o protetor em primeiro lugar e só depois o repelente, que deve ser reposto após cada ida a água. Decididamente a prevenção!



 


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