JANEIRO 2010
PIOLHOS: ATAQUE O MAL PELA RAíZ

Dr. João Cerqueira*

Com o início do ano lectivo e a reunião de muitas crianças, aumenta a probabilidade das infestações por piolhos (Pediculus capitis). Pediculose é o nome dado a esta parasitose, que não está relacionada com a falta de higiene nem tem que ser motivo de vergonha.

Os piolhos são parasitas e necessitam do ser humano para completar o seu ciclo de vida. Alimentam-se de pequenas quantidades de sangue do seu hospedeiro, o ser humano. Aquando da realização da picada para se alimentarem, os piolhos depositam saliva no local da picada: este fenómeno é que provoca a comichão e o desconforto que os hospedeiros sentem. A irritação no local das picadas pode ser tão intensa que a pessoa, ao coçar-se, pode provocar pequenas lesões no couro cabeludo que podem agravar-se e evoluir para infecções bacterianas.

A pediculose é corrente na idade escolar, incidindo principalmente em crianças entre os 4 e os 10 anos de idade, em todos os extractos sociais. A forma de transmissão mais frequente é o contacto directo, pessoa-pessoa. Pode também ocorrer infestação por contacto indirecto, pelo uso de pentes, escovas, gorros e cachecóis. Os piolhos não voam e reproduzem-se muito rapidamente: em 7 a 10 dias os ovos dão origem a larvas.

Perante a suspeita de infestação, há que agir, procurando a existência de piolhos vivos e de lêndeas (ovos produzidos pelos piolhos), munindo-se de uma luz forte, um pente próprio para o efeito e de paciência. Um método consiste em pentear o cabelo (húmido ou seco) com um pente próprio. Passar o pente das raízes às pontas e no final de cada passagem limpar o pente a um lenço de papel. Da análise das partículas recolhidas tiram-se conclusões. Os piolhos vêem-se facilmente e as lêndeas aparecem como pontos brancos. O lenço de papel deve depois ser deitado ao lixo, dentro de um saco plástico.

Por vezes apenas é necessária uma inspecção visual ao couro cabeludo, procurando os piolhos (2-4 mm) e as lêndeas (aspecto de caspa), que se acumulam principalmente atrás das orelhas e na zona da nuca.

O tratamento consiste na aplicação de champôs, cremes, loções ou sprays antiparasitários. É essencial respeitar as diferentes instruções de aplicação para assegurar a eficácia do tratamento. No geral, estes produtos são aplicados no cabelo e no couro cabeludo, tendo especial atenção na aplicação por detrás das orelhas e na zona da nuca.

A prevenção do contágio realiza-se:

• Evitando o contacto directo entre cabeças;
• Lavando o vestuário, roupa de cama, pentes e escovas a 60ºC durante 20 minutos;
• Guardando objectos (brinquedos de trapo) e vestuário que não possam ser lavados em sacos fechados durante pelo menos 2 semanas;
• Limpando o chão, almofadas e tapetes de zonas que possam estar contaminadas.
Ao encontrar piolhos no seu filho, deve informar a escola, para evitar a infestação de mais crianças.

* Director Técnico da Farmácia do Caniço


 


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